O padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, foi preso suspeito de pedofilia contra uma adolescente, de 17 anos, que engravidou e foi obrigada a abortar sob ameaças. Um amigo do religioso ajudou a retirar o feto no quintal de uma residência em Coari, no interior do Amazonas.
As investigações iniciaram em setembro de 2023, após denúncias anônimas recebidas pelo Disque 100, dos Direitos Humanos. Os abusos sexuais começaram quando a vítima tinha 14 anos, segundo a Polícia Civil do Estado (PCAM).
De acordo com o delegado de Coari, José Barradas, da Coari, quando ela foi levada à delegacia para prestar depoimento, relatou que mantinha relações sexuais com o padre, e que chegou a engravidar dele. O padre a obrigou a abortar.
“Nesse contexto, entra a participação de Francisco Rayner Barros Batista, de 34 anos, que está foragido. Ele é amigo do infrator e foi o responsável por fornecer à adolescente um medicamento chamado Misoprostol, que ela ingeriu e resultou no aborto. O feto foi expelido no quintal da casa de Francisco e enterrado no local. Isso foi confirmado tanto por fotos quanto pelo depoimento da vítima”, explicou o delegado.
A adolescente também sofria violência psicológica sendo obrigada a manter relações sexuais com ele e fazia constantes ameaças caso ela não continuasse. Com base nos elementos colhidos, foi representada à Justiça pelo mandado de busca e apreensão e preventiva dos envolvidos.
“Ele dizia que “iria acabar com a vida dela, pois ela era sua e de mais ninguém”, declarou Barradas.
Vídeos de pedofilia
Durante a prisão do padre na paróquia, os investigadores encontraram ele na cama com uma jovem que tinha acabado de completar 18 anos, o que significa que ele mantinha relações com essa jovem desde quando era menor de idade.
“Foram apreendidos mais de R$ 30 mil em espécie no quarto dele, além de mais de 260 vídeos de cenas de sexo com adolescentes e com outras pessoas. Todo o material vai ser analisado pela perícia, juntamente com o notebook dele”, relatou o delegado.
No depoimento das testemunhas, foi mencionado que o padre aliciava outras pessoas. Além de manter relações com essa vítima, ele pedia para que ela trouxesse amigas, para que todos tivessem relações sexuais em conjunto.
A Igreja Católica colaborou com as investigações assim como membros da paróquia local onde o padre liderava. As investigações continuam para saber se há mais vítimas.
Amigo do padre é procurado
A Polícia do Amazonas solicita a quem tiver informações sobre a localização do Francisco Rayner Barros Batista que entre em contato pelo número 181, disque-denúncia da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). A identidade do denunciante será mantida em sigilo.
Diante de todos esses elementos, os alvos investigados irão responder pelos crimes previstos no Art. 240 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que trata da omissão de assistência a crianças e adolescentes, com penas que variam de 6 meses a 3 anos de detenção, e Art. 218-B que trata do crime de estupro de vulnerável.
Além dos Art. 125 do Código Penal (CP), que trata do abortamento realizado por terceiro com pena de reclusão de 1 a 3 anos; e no Art. 147 que define o crime de ameaça combinado com a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06).
O padre será encaminhado à audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça.
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