O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) pediu acesso a documentos sigilosos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. A assessoria do parlamentar afirmou à CNN que a tendência é de que o acesso seja liberado, já que Flávio integra a comissão como suplente de Ciro Nogueira (PP-PI) desde a semana passada e que todos que compõem o colegiado têm acesso aos documentos.
O material sigiloso inclui processos em segredo de Justiça, investigações do Ministério Público e quebras de sigilos.
Apesar de o senador não ser formalmente investigado pela comissão, o acesso de Flávio Bolsonaro aos documentos não é considerado ideal por alguns integrantes da comissão diante das investigações envolvendo os hospitais federais do Rio de Janeiro.
Isso porque o ex-governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), relatou, em reunião secreta com os senadores da CPI da Pandemia, uma suposta influência do senador na indicação de cargos dos hospitais federais no estado, alvos de investigação da CPI.
Na época, Witzel disse que os hospitais federais do Rio são “intocáveis” e possuem um “dono” que os senadores podem descobrir. Em resposta, o senador Flávio Bolsonaro disse à CNN que jamais indicou cargos para hospitais federais e que o ex-governador do Rio de Janeiro é “criminoso e mentiroso”.
A CPI já aprovou as convocações de três ex-superintendentes do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro: Jonas Roza, George Divério e Marcelo Lambert. Também foram aprovadas as convocações do empresário Mário Peixoto, da ex-diretora do Hospital Geral de Bonsucesso e da atual diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Cristiane Jougan, do também ex-diretor de Bonsucesso, Paulo Cotrim e do servidor Joabe Antônio Oliveira, coordenador administrativo do Hospital de Bonsucesso.
O Hospital Federal de Bonsucesso pediu mais dez dias para entregar os documentos solicitados pela comissão. Ainda não há data para os depoimentos dos investigados.