Nesta terça-feira, 7, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a carta escrita com auxílio do ex-presidente Michel Temer (MDB) e divulgada após os protestos de Sete de Setembro do ano passado envolveu um acerto com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

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De acordo com Bolsonaro, o ministro “não cumpriu nenhum dos itens” combinados para que a carta fosse publicada, sem detalhar os termos do acordo.

A fala de Bolsonaro ocorreu em entrevista ao programa Perspectivas, do SBT. O presidente disse não ter gravações da conversa com Temer e Moraes.

“Não falei isso para ninguém, estou falando primeiro para você. Estava eu, Michel Temer e um telefone celular na minha frente. Ligamos para o Alexandre de Moraes e falamos três vezes com ele, e combinamos umas certas coisas para assinar aquela carta. Ele não cumpriu nenhum dos itens que eu combinei com ele”, disse.

“Logicamente, eu não gravei essa conversa, por questão de ética, jamais faria isso. Mas digo que o Alexandre de Moraes não cumpriu uma só das coisas que acertamos naquele momento para assinar aquela carta”, completou.

Ao ser questionado sobre o que foi combinado na ocasião, Bolsonaro disse que não iria responder.

“Não, não vou te falar. A carta está pública, nós combinamos ali, são outras questões para diminuir a pressão sobre essa perseguição que ele [Moraes] faz até hoje em cima de pessoas que me apoiam”, declarou o presidente, citando a cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal.

No feriado de Sete de Setembro de 2021, durante um protesto na avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro declarou que o sistema eleitoral brasileiro não oferecia segurança e disse que “qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá”.

“Acabou o tempo dele. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha”, afirmou, na ocasião.

Dois dias após a manifestação, Bolsonaro se reuniu com Temer e divulgou uma carta afirmando que não teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.

Disse ainda que suas palavras “por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”.

Ato no Sete de Setembro de 2022

O presidente ainda afirnou que haverá um novo ato de Sete de Setembro neste ano, em meio à campanha eleitoral e menos de um mês antes do primeiro turno, marcado para 2 de outubro.

Segundo ele, será “uma concentração nas capitais e também um apoio a um possível candidato que esteja disputando”.

“Pelo que estou vendo, está sendo organizado por aí, e eu aplaudo. Eles vão participar do Sete de Setembro aqui em Brasília, o povo deve participar. Não só pelo Sete de Setembro, mas também… quando fala de Sete de Setembro, é Independência, né? Nós queremos nossa total independência, liberdade de expressão, liberdade religiosa, de ir e vir, de consciência, e não aquilo que esses dois ou três do TSE querem impor para todos nós”, criticou.

Bolsonaro disse que pretende participar do ato, mas colocou em dúvida o deslocamento para outras capitais além de Brasília.

“A previsão é participar. Vai ter um grande desfile em Brasília, depois eu não sei se vou para algum lugar ou não. Mas estaremos em época de eleições. Eu não tenho como deslocar pelo Brasil com a força aérea comigo. É diferente nessa época, eu só posso me deslocar para eventos oficiais. Eu não posso participar de um evento em outro lugar qualquer, como uma manifestação positiva. Eu vou ver o que vou fazer na época. Mas pretendo participar sim desse movimento se a gente tiver recursos para tal”, disse.

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