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Veja como o caso das joias de Bolsonaro repercute na imprensa internacional

Polícia Federal quer depoimento de Jair Bolsonaro sobre caso do hacker

Um das reportagens cita, em ironia, que Bolsonaro possa ser preso pelo caso das joias e não por atitudes como "a tentativa de golpe de Estado" - Foto: Reprodução/ Tânia Rêgo/ Agência Brasil

O envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com desvio de joias recebidas por ele na qualidade de presidente foi destaque na imprensa internacional.

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Nas últimas semanas, The Guardian, Le Monde e The Washington Post publicaram reportagens sobre as investigações da Polícia Federal e apontaram que o cerco se fecha na direção ao ex-presidente.

Reino Unido

The Guardian, do Reino Unido, noticiou que a investigação do caso das joias foi ampliada com a Operação Lucas 12:2, deflagrada no dia 11.

“‘Todo Rolex conta uma história’, afirmou certa vez o fabricante de relógios de luxo. A polícia brasileira acredita que esse slogan é particularmente verdadeiro quando se trata do relógio cravejado de diamantes no centro de uma investigação sobre a suspeita de furto de presentes oficiais de alto valor por pessoas próximas de Jair Bolsonaro – e possivelmente pelo próprio ex-presidente”, começa a reportagem do correspondente Tom Phillips.

O texto do Guardian cita ainda que o nome escolhido para a operação, que faz referência a um versículo da Bíblia, parece ser uma brincadeira com um bordão de Bolsonaro.

“A operação policial foi chamada de Lucas 12:2 – uma referência à frase da Bíblia: ‘Não há nada oculto que não venha a ser revelado, ou escondido que não venha a ser conhecido’. O nome parecia ser uma referência zombeteira a um dos principais bordões de Bolsonaro, do Evangelho de João: ‘Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’.”

Estados Unidos

O Washington Post, dos Estados Unidos, noticiou a operação policial contra auxiliares de Bolsonaro dando destaque ao valor supostamente recebido pela venda de presentes de luxo: US$ 70 mil.

Além de detalhar as investigações da Polícia Federal, a reportagem publicada no jornal americano lembra que há suspeita de envolvimento de Bolsonaro nos atos golpistas de 8 de janeiro.

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França

O Le Monde, da França, destacou que Bolsonaro é suspeito de ter desviado presentes para a presidência para seu benefício pessoal

O jornal francês explicou que o ex-presidente teria levado alguns desses itens para os Estados Unidos após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas eleições.

Já em março, quando o caso foi revelado pelo Estadão, o Le Monde tinha descrito o possível envolvimento de Bolsonaro como “embaraçoso” e “extremamente constrangedor”.

O correspondente do jornal francês no Rio, Bruno Meyerfeld, escreveu que a “imagem de homem do povo” do ex-presidente estava “seriamente abalada”.

Portugal

O Público, de Portugal, afirmou que as denúncias de ex-colaboradores colocam Bolsonaro em “maus lençois”.

O jornal português destacou a suspeita de envolvimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid na venda de presentes recebidos pela presidência e as acusações feitas pelo hacker Walter Delgatti Neto durante sessão da CPI do 8 de janeiro.

Delgatti afirmou que o ex-presidente pediu que ele tentasse invadir uma urna eletrônica.

Em outra reportagem, o Público reportou o pedido de quebra de sigilo fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira dama, Michelle.

Espanha

O El País, da Espanha, publicou um artigo de opinião do jornalista e escritor Juan Arias sobre o assunto.

No texto intitulado “A ironia de Bolsonaro que está se afogando no escândalo das joias de ouro e diamantes”, o autor destaca a diferença entre o discurso anticorrupção do ex-presidente e as acusações de envolvimento no suposto esquema de venda de presentes.

O escritor diz ser irônico que Bolsonaro possa ser preso pelo caso das joias e não por atitudes citadas como mais graves, como “a tentativa de golpe de Estado ou sua zombaria com a epidemia de covid”.

“A história dessas joias poderia dar um filme de comédia sobre pequenos traficantes, como o fato de terem sido trazidas escondidas no fundo da mochila de um militar e de alguns desses objetos preciosos, como um colar de diamantes para a esposa de Bolsonaro, ainda estarem retidos na alfândega do Rio e ainda não terem sido recuperados”, escreveu Arias.

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