A maioria dos deputados do Amazonas aprovou moção de repúdio à Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, nesta quinta-feira (5).
A polêmica surgiu após as recentes declarações da gestora em relação à BR-319 durante visita da comitiva federal ao estado, nesta quarta (4).
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A Sessão Plenária na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foi palco de debate acalorado, com demonstrações de divisões políticas e ambientais.
O deputado Sinésio Campos (PT), apoiador do presidente Lula, cobrou publicamente o asfaltamento da BR-319.
“É de interesse de todos nós, inclusive do presidente Lula, e vamos continuar lutando para destravar a questão ambiental”, declarou Sinésio.
Já o deputado Rozenha (PMB) disse não entender os motivos que impedem a pavimentação da rodovia.
“Entendo que não se vai mais precisar derrubar árvores para resolver esse problema, já que a estrada está aberta. É preciso sair do isolamento”, ressaltou o parlamentar.
A deputada Débora Menezes (PL) disse que a rodovia está há 40 anos esquecida pelos governos federais e estaduais.
O deputado Delegado Péricles (PL) criticou novamente a ministra Marina Silva por considerar o que seria um empecilho ao desenvolvimento da rodovia e região.
“Se o presidente Lula é a favor, quer dizer que a ministra está mandando mais que o presidente?”, questionou.
O presidente da Aleam, Roberto Cidade (União Brasil), afirmou que é preciso avançar nas tratativas sobre a BR-319.
“Nós precisamos que esse sonho, esse anseio, principalmente dos municípios do sul do Amazonas, seja atendido e se torne realidade. É preciso pavimentar a rodovia e acabar com esse isolamento”, apelou Cidade.
O que disse Marina Silva sobre BR-319
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não garantiu a licença para conclusão de obras na BR-319, mesmo sendo uma possível solução para o isolamento que o estado vive devido à seca e a dificuldade da navegabilidade pelos rios.
Durante visita ao Amazonas, a ministra disse que o projeto está em análise pelo Governo Federal, e que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) “responde a aspectos técnicos”.
“O processo de licenciamento ambiental precisa responder a três questões: viabilidade econômica, viabilidade social e viabilidade ambiental”, declarou. “Essa estrada, de fato, já tem um trecho que foi aberto. Uma parte tem traficabilidade, a outra não, que é uma área que é florestada. Como eu costumo dizer, o IBAMA não facilita e nem dificulta. Ele responde a aspectos técnicos. Se as respostas técnicas são dadas, de forma a preservar o meio ambiente, o IBAMA vai analisar se concede ou não a licença à luz dos estudos de impacto ambiental”, completou.
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