O coordenador Nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan Santos, publicou, nesta quinta-feira (4), que o grupo não faz parte do pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Vereadores de São Paulo que mira o padre Júlio Lancelotti junto aos moradores de rua.

“Essa briga com esse padre não é nossa”, enfatiza a mensagem, que faz ataques ao religioso.

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A postagem afirma que “haverá o momento de confronto com ele e com a indústria da miséria que destrói o centro de SP. Mas não é agora”.

Renan Santos ainda escreveu que este ano o MBL já tem “causas, lutas e objetivos” acertados e convida os militantes a não serem “vítimas de circunstâncias alheias”.

Apesar de não se envolver diretamente com a possível CPI que pretende investigar Lancellotti, Renan Santos critica a atuação do sacerdote católico.

“Conhecemos bem a índole e os contatos desse bizarro. É a figura mais blindada da esquerda – quiçá da política brasileira”, escreve ele na publicação que foi repostada também pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

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CPI das ONGs

A CPI articulada na Câmara de São Paulo tem por objetivo investigar organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia, região central de São Paulo.

Rubinho Nunes acusa as organizações de promoverem uma “máfia da miséria”, que “explora os dependentes químicos do centro da capital”.

Segundo ele, essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas, prática conhecida como política de redução de danos, à população em situação de rua, o que, argumenta ele, gera um “ciclo vicioso” no qual o usuário de crack não consegue largar o vício.

Em sua defesa, o padre Júlio Lancellotti afirma que se trata de uma ação legítima quando se instala uma CPI para investigar o uso de recursos públicos pelo terceiro setor.

Ele acrescenta que não faz parte de nenhuma organização conveniada à Prefeitura de São Paulo, mas, sim, da Paróquia São Miguel Arcanjo.

A Craco Resiste, um dos alvos do vereador, informou que não é uma ONG e sim um projeto de militância que atua na região da Cracolândia para reduzir danos a partir de vínculos criados por atividades culturais e de lazer.

“Quem tenta lucrar com a miséria são esses homens brancos cheios de frases de efeito vazias que tentam usar a Cracolândia como vitrine para seus projetos pessoais. Não é o primeiro e sabemos que não será o último ataque desonesto contra A Craco Resiste”, diz a entidade em nota divulgada nas redes sociais.