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Na Suíça, Lula defende a taxação dos super-ricos

Lula ao lado de Gilbert Houngbo

Lula exercerá a co-presidência da Coalizão Global para a Justiça Social, ao lado do diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na sessão de encerramento do fórum inaugural da Coalizão Global para a Justiça Social, nesta quinta-feira (13). O evento se deu  no âmbito da 112ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça.

Lula criticou a concentração de riqueza no mundo e pregou a taxação dos super-ricos. “Nunca antes o mundo teve tantos bilionários. Estamos falando de 3 mil pessoas que detêm quase US$ 15 trilhões em patrimônio”.

O presidente fez referência ao bilionário Elon Musk, dono da empresa de exploração espacial Space X, como exemplo de concentração de riqueza.

“A concentração de renda é tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas espaciais. Não precisamos buscar soluções em Marte. É a Terra que precisa do nosso cuidado”, disse.

Bem-estar

Lula afirmou que o bem-estar da população está ligado aos compromissos de preservação do meio ambiente e defendeu a relação entre capital e trabalho para minimizar as desigualdades sociais. 

Ao listar diversos problemas que precisam ser enfrentados para melhorar a qualidade do trabalho no mundo, o brasileiro afirmou que a OIT é ainda mais relevante diante dos desafios que existem hoje. O fórum é iniciativa do diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, ao lado de quem Lula exercerá a co-presidência da coalizão.

“Não há democracia com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça na desigualdade. Por isso, aceitei o convite do diretor-geral Gilbert para co-presidir a Coalizão Global para a Justiça Social. Ela será instrumental para implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O ODS 8 [Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8] sobre Trabalho Decente para Todos não está avançando na velocidade e na escala necessárias para o cumprimento de seus indicadores”, disse Lula, lembrando que “a informalidade, a precarização e a pobreza são persistentes”.

Empregos informais

Ao falar do crescimento do emprego informal no mundo, Lula retratou a desigualdade em diversos níveis.

“O número de pessoas em empregos informais saltou de aproximadamente 1,7 bilhão, em 2005, para 2 bilhões neste ano. A renda do trabalho segue em queda para os menos escolarizados. As novas gerações não encontram espaço no mercado. Muitos não estudam, nem trabalham e há elevado desalento. Quase 215 milhões, mais do que a população do Brasil, vivem em extrema pobreza, mesmo estando empregados. As desigualdades de gênero, raça, orientação sexual e origem geográfica são agravantes desse cenário”, destacou.

Íntegra do discurso

A íntegra do discurso de Lula pode ser lida aqui.

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