O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou nesta segunda-feira (8) na abertura da 64ª Cúpula de chefes de Estado do Mercosul.

Lula mencionou a ameaça às instituições em benefício de interesses reacionários e a desigualdade política, destacando que a relação entre democracia e desenvolvimento é indissociável.

Além disso, mencionou que os desafios são globais.

“Nunca nos deparamos com tantos desafios, seja no âmbito regional, seja em nível global”, destacou o presidente.

O presidente ressaltou que nos últimos anos, “permitimos que conflitos e disputas, muitas vezes alheios à região, se sobreponham à nossa vocação de paz e cooperação”.

“Voltamos a ser uma região balcanizada e dividida, mais voltada para fora do que para si própria”, concluiu.

No entanto, Lula ressaltou que a diversidade de opiniões, sem extremismos e intolerância, fortalece nossas democracias e nos orienta para decisões mais acertadas.

Ele disse ainda que o Mercosul continua sendo uma plataforma sólida para a inserção internacional e o desenvolvimento do Brasil.

Segundo Lula, desde o seu estabelecimento, o bloco do Brasil demonstrou ambição e alcançou resultados significativos.

“O comércio entre os países membros cresceu dez vezes, atingindo hoje a marca de 49 bilhões de dólares. É fundamental manter uma visão ampla, assim como nossos predecessores fizeram há 33 anos nesta capital”.

Desafios

Lula destacou que há uma agenda inacabada que deixa de fora setores importantes das economias do livre comércio.

Ele mencionou que os avanços para incluir o setor automotivo ainda são insuficientes. Além disso, observou que no setor açucareiro, especialmente no desenvolvimento de biocombustíveis, as discussões têm se limitado ao campo teórico.

Lula enfatizou a necessidade de uma integração regional mais profunda, que priorize trabalho qualificado, produção de ciência, tecnologia e inovação para impulsionar a geração de emprego e renda.

Adesão da Bolívia

Lula comentou sobre a tentativa de golpe e destacou que “a democracia prevaleceu graças à firmeza do governo boliviano, à mobilização do seu povo e ao rechaço da comunidade internacional”.

O presidente traçou um paralelo entre os fatos na Bolívia e no Brasil:

“A reação unânime ao 26 de junho na Bolívia e ao 8 de janeiro no Brasil demonstram que não há atalhos à democracia em nossa região”.

Ele também disse que a adesão plena da Bolívia possui um enorme valor estratégico, sendo um ator indispensável na transição energética global.

Por fim, Lula sublinhou a necessidade de uma agenda comercial externa ambiciosa como parte da atualização do bloco.

Veja na íntegra:

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