Na terça-feira (9), lideranças indígenas expressaram preocupações na comissão externa da Câmara dos Deputados que monitora a crise humanitária dos Yanomami.

De acordo com os líderes, as políticas públicas para superar a crise humanitária dos Yanomami na região Norte do país não alcançam as aldeias.

Beto Goés, representante da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (AM), foi um dos líderes que criticou a falta de chegada das políticas públicas às aldeias.

Ele destacou a ineficiência do Estado brasileiro em cuidar do povo Yanomami nos estados do Amazonas e Roraima, independentemente do governo.

“O governo federal tem afirmado que está cuidando e investindo no povo Yanomami, mas isso não se concretiza, não se vê. Essa realidade é triste para o meu povo”, lamentou.

“Sabemos que este governo destinou verbas federais para a saúde dos Yanomami, mas onde está o resultado disso, principalmente em Roraima?”, questionou Góes.

O líder lembrou que em 2023, o Ministério da Saúde registrou 363 mortes de indígenas no território Yanomami, um aumento de quase 6% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 343 óbitos, apesar do investimento federal.

Ele questionou: “Culpa de quem? É do governo federal sim, claro, do governo estadual também, do município também.”

Ele também mencionou que o governo removeu garimpeiros ilegais da região, mas invasores de facções criminosas ainda permanecem na região.

Invasões em Terras Indígenas

Gerson Ninam, da Associação Texoli Ninam em Roraima, expressou preocupação com a presença de invasores de facções criminosas nas terras indígenas estaduais.

Ele pediu mais segurança e presença da Polícia Federal. Além disso, mencionou que a região enfrenta problemas graves como a malária, falta de remédios na Sesai e escassez de água potável.

Rui Leno, da Associação Xoromawe Indígena em Barcelos (AM), também alertou sobre a situação crítica dos Yanomami no município e enfatizou a necessidade de ação coordenada entre os níveis municipal, estadual e federal.

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