O Ministério Público da Venezuela (MP) afirmou que estátuas, sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) , além de outras instituições públicas, foram atacadas por pessoas insatisfeitas com os resultados das eleições que declararam a vitória de Nicolás Maduro.
Os confrontos teriam causado a morte de um membro da Guarda Armada Bolivariana e também outros 48 membros feridos, resultando em 749 prisões, segundo os dados do MP.
A Organização Não Governamental (ONG) Foro Penal calculou que seis manifestantes foram mortos — sendo jovens de 15, 16 e 19 anos, além de adultos de 29, 30 e 40 anos — desde a última segunda-feira (29).
Atos contra Maduro são considerados terrorismo por chefe do MP
No X (antigo Twitter), o chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, publicou o ataque de indivíduos contra a Prefeitura de Sotillo em Pto la Cruz (Anzoategui) e afirmou que os responsáveis serão acusados por “atos de terrorismo”.
#DETENIDOS
— Tarek William Saab (@TarekWiliamSaab) July 30, 2024
29 delincuentes que atacaron y quemaron la sede de la Alcaldía de Sotillo en Pto la Cruz ( Anzoategui )
Dichos sujetos serán procesados e imputados por actos de #terrorismo.
En #Venezuela ni en lugar del mundo actos despreciables como estos podrán ser calificados… pic.twitter.com/QI6wWr8Xe8
Já o Alto Comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, demonstrou preocupação sobre as detenções realizadas.
“Centenas de pessoas foram presas, incluindo crianças. Isso me incomoda profundamente. Estou alarmado com relatos de uso desproporcional de força por agentes da lei, juntamente com violência por indivíduos armados apoiando o governo, conhecidos como coletivos. Vários manifestantes foram feridos por armas de fogo, com uma morte confirmada em 29 de julho”
Afirmou Türk em nota, segundo a Agência Brasil.
Eleições na Venezuela
As eleições na Venezuela atraíram atenção internacional. Além das reações internas, líderes de países como Argentina, Peru, Uruguai, Costa Rica e Guatemala pediram mais transparência nos resultados.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), Nicolás Maduro venceu com 51,2% dos votos, enquanto Edmundo González Urrutia ficou com 44%.
No entanto, a líder da oposição, María Corina Machado, contesta o resultado oficial e declarou González como o verdadeiro presidente da Venezuela. Conforme Corina, Maduro recebeu 2.759.256 votos, enquanto Edmundo obteve 6.275.180.