A Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB) aprovou, pela primeira vez em sua história, um indicativo de greve da categoria, para esses funcionários do Itamaraty.
A decisão foi tomada, nesta segunda-feira (12), e acontece por causa das negociações salariais com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e das demandas de reforma da carreira diplomática.
O indicativo de greve é um sinal de frustração dos colaboradores com a forma que as negociações têm sido conduzidas e as condições de trabalho dos diplomatas.
A situação é ainda mais significativa devido à proximidade da Cúpula do G20, que é um evento internacional importante e requer a presença dos diplomatas brasileiros.
A aprovação do indicativo de greve às vésperas de um evento marcante pode exercer pressão adicional sobre o governo do presidente Lula (PT).
Assim, os diplomatas acreditam que as demandas serão atendidas, para evitar uma paralisação que pode impactar na participação do Brasil no encontro do G20.
Discussão entre governo e diplomatas
A associação deve convocar em breve uma nova assembleia para debater os moldes da greve e a data de início.
O Ministério da Gestão e Inovação propôs o reajuste variável de 7,8% para a classe de Terceiros Secretários (TS).
Além disso, foi proposto pela pasta o reajuste de 23% para os Embaixadores e Ministros de Primeira Classe, escalonados entre 2025 a 2026.
A categoria, no entanto, rejeitou a proposta do governo, pois para eles, o reajuste seria “insuficiente para recompor as perdas inflacionárias do período recente”.
Além disso, os funcionários ja haviam apresentado o pedido de ajuste linear de 36,9%.
O sindicato informou, em nota, que a possível greve é por causa da insatisfação da categoria com a “falta de valorização”.
Para a ADB, não há reconhecimento da importância da carreira diplomática, em um momento “que o Brasil retoma suas ambições na política externa”, destaca.
De acordo com o sindicato, o indicativo de greve é aprovado por 95% dos votantes na assembleia.
“A decisão de um indicativo de greve reflete a insatisfação geral da categoria com a falta de valorização e reconhecimento da importância da carreira diplomática, em um momento em que o Brasil retoma suas ambições na política externa, sediando importantes eventos como as cúpulas do G20, do BRICS e a COP-30”, apontou a nota.
Caso aprovada, essa será a primeira vez na história, que esses funcionários do Itamaraty entram em greve.
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