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Senado debaterá incentivo à doação de cabelo para vítimas de perda capilar

Marinha instala protetores de motor contra escalpelamento, perda capilar, na Amazônia. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Marinha instala protetores de motor contra escalpelamento, perda capilar, na Amazônia. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A pauta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal desta quinta-feira (15) inclui um debate sobre a doação de cabelo para pessoas que sofreram perda capilar.

Segundo o requerimento (REQ 129/2023) apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), a perda de cabelo, seja em decorrência de tratamento contra o câncer ou de escalpelamento, pode levar ao desenvolvimento de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais.

A senadora ressalta que o sofrimento psíquico decorrente dessa situação tem impactos negativos significativos na vida dos pacientes, especialmente das mulheres.

“O impacto da queda dos cabelos é tão grande que até 8% dos pacientes optariam por tratamentos quimioterápicos com resultados menos favoráveis desde que não ocorresse a perda capilar. Entretanto, quando tratamos das vítimas de escalpelamento, além de não existir uma opção, as implicações são ainda maiores”.

Escalpelamento

Escalpelamento é um tipo grave de lesão que ocorre quando o couro cabeludo é arrancado parcial ou completamente da cabeça, geralmente devido a acidentes. 

Esses acidentes ocorrem repetidamente em áreas ribeirinhas do Brasil, onde o transporte fluvial é essencial.

Nessas regiões, os barcos frequentemente navegam com eixos desprotegidos. Quando o cabelo de uma pessoa se enrosca no eixo do motor em funcionamento, o movimento rotacional pode arrancar o couro cabeludo.

Consequentemente, isso provoca ferimentos graves, que incluem a perda de orelhas, sobrancelhas, pálpebras, e partes do rosto e pescoço.

Além disso, esses ferimentos podem causar deformações e, em casos extremos, até levar à morte.

Segundo dados da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, 93% dos casos de escalpelamento da região amazônica são de mulheres. 

Dessas, 65% são crianças; 30%, adultos; 5%, idosas. 

De acordo com Damares Alves, “o trauma por escalpelamento acarreta tanto sequelas físicas e funcionais quanto deformidades estéticas irreparáveis: a perda definitiva dos cabelos é apenas uma delas”.

Perucas

“Uma forma de amenizar o grave problema da perda transitória ou definitiva dos cabelos, resultantes tanto do tratamento quimioterápico, do escalpelamento ou de outras doenças, é o uso de perucas”, destacou a senadora. 

Porém, ela explicou que “as doações de cabelo para a elaboração de perucas são insuficientes e, em razão de seu alto custo, sua aquisição por parte das pessoas de menor poder aquisitivo é quase impossível, principalmente em razão dos outros custos envolvidos no tratamento”.

Representantes de associações de Brasília e São Paulo para combate ao câncer devem participar na audiência desta quinta-feira (15).

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