A deputada federal Carla Zambelli, do PL, não pôde assinar o pedido de impeachment contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A oposição protocolou a cassação após a revelação de que ele teria ordenado a um órgão do TRE a produção de relatórios sobre investigados pela Corte.
Segundo seu advogado, Zambelli explicou que ela não assinou a petição “por conta dos oito processos criminais” que Moraes abriu contra ela.
Nas redes sociais, Zambelli, entretanto, destacou: “Agora é momento de novos soldados, sem ferimentos, assumirem a dianteira dessa batalha, pois estou nesta pauta desde 2015 e preciso dar dois passos atrás.”
Justificativa de Carla Zambelli na Câmara
Mesmo diante da orientação do advogado, a deputada justificou que, na Câmara, sua assinatura seria, em grande medida, simbólica, considerando que a petição corre no Senado.
Além disso, ela afirmou que “as assinaturas que mais importam são as dos senadores. Deputados não podem fazer nada contra ministros do STF”.
Assinaturas Coletadas
Até o momento, o pedido de impeachment conta com a assinatura de 112 parlamentares. Entre elas estão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Pastor Marco Feliciano (PL-SP).
Carla Zambelli também ressaltou que sua principal prerrogativa “é tentar o impeachment de Lula, e eu iniciei recentemente o maior pedido da história do país”.
Em outro ponto importante, trocas de mensagens entre servidores do STF e do TSE, obtidas pela Folha de S. Paulo, mostraram que o gabinete de Alexandre de Moraes ordenou informalmente à Justiça Eleitoral que produzisse relatórios contra apoiadores de Bolsonaro e comentaristas de direita.
O motivo seria para embasar as decisões do ministro em inquéritos em andamento na Corte.
Ações e consequências
Contudo, essas mensagens sugerem que houve, entre outras coisas, adulteração de documentos, prática de pesca probatória, abuso de autoridade e possíveis fraudes de provas.
Como resultado, as autoridades escolheram os alvos, que sofreram bloqueios de redes sociais, apreensão de passaportes e intimações para depoimento à PF, entre outras medidas.
Por fim, os servidores realizaram todos os pedidos para investigação e produção de relatórios via WhatsApp, sem registros formais.
As conversas vazadas envolveram Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF; Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar de Moraes durante sua presidência no TSE; e Eduardo Tagliaferro, então chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação), órgão subordinado a Moraes na corte eleitoral.
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