A decisão da Procuradoria-Geral da Venezuela de solicitar a prisão de Edmundo González gerou “profunda preocupação” para o Brasil, de acordo com uma nota conjunta divulgada na noite desta terça-feira (3) entre os governos do Brasil e da Colômbia.
A nota enfatiza que o pedido de prisão de González compromete os princípios estabelecidos nos Acordos de Barbados, que visam garantir um processo eleitoral democrático na Venezuela.
A solicitação de prisão foi feita após González não comparecer, pela terceira vez, ao Ministério Público Venezuelano para explicar a publicação de supostas atas eleitorais que indicariam sua vitória nas eleições de 2024, realizadas em 28 de julho.
A oposição venezuelana alega ter publicado na internet mais de 80% das atas eleitorais que poderiam comprovar a derrota do atual presidente Nicolás Maduro.
Em contrapartida, o governo acusa a oposição de falsificar mais de 9 mil atas. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), responsável pela divulgação dos resultados eleitorais na Venezuela, declarou que Maduro venceu as eleições, mas não divulgou as atas eleitorais das mais de 30 mil mesas de votação.
Embora os documentos tenham sido entregues à Justiça no início de agosto, a publicação das atas foi proibida.
O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, expressou sua preocupação com a situação em uma entrevista à agência Reuters.
Amorim afirmou que a decisão de prisão contra González é “muito preocupante” e “a coisa errada a se fazer”.
Ele destacou que uma possível prisão de González seria uma prisão política e reiterou que o Brasil não aceita prisões políticas. Amorim reforçou a posição do Brasil em buscar uma solução pacífica para a crise política na Venezuela.
Leia a nota conjunta entre Brasil e Colômbia
“Os governos de Brasil e Colômbia manifestam profunda preocupação com a ordem de apreensão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, no dia de ontem, 2 de setembro.
Esta medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência. Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”, afirmam.
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*Com informações da Agência Brasil