Enquanto enfrenta desafios com a Starlink de Elon Musk, o governo federal avança nas negociações com a Amazon para implementar o Projeto Kuiper, uma nova solução para expandir a internet via satélite no Brasil.
O Projeto Kuiper pretende melhorar o acesso à internet em regiões remotas, incluindo a Amazônia, através de satélites em órbita baixa para fornecer internet de banda larga em áreas de difícil acesso.
Na terça-feira (10), o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, encontrou-se com Daniel Mazini, presidente da Amazon Brasil, para discutir os detalhes do projeto.
Espera-se que a empresa comece a lançar os primeiros satélites nos próximos meses e que o serviço esteja disponível no Brasil a partir de 2026.
O Projeto Kuiper visa colocar mais de 3 mil satélites em órbita, o que promete transformar a conectividade no Brasil.
A entrada da Amazon no mercado de internet via satélite oferece uma chance para aumentar a concorrência, melhorar a qualidade dos serviços e reduzir os custos, especialmente em áreas remotas e de difícil acesso.
Atualmente, a Starlink domina o setor de internet via satélite no Brasil. Com o Projeto Kuiper, o governo brasileiro poderá diminuir a dependência da Starlink.
O que é o Projeto Kuiper?
O Projeto Kuiper é uma iniciativa da Amazon para fornecer banda larga rápida e confiável a comunidades em todo o mundo que atualmente não são atendidas ou são mal atendidas pelos provedores de internet tradicionais.
Para atingir esse objetivo, a Amazon implantará milhares de satélites em órbita terrestre baixa (LEO, na sigla em inglês) conectados a uma rede global de antenas, fibra e pontos de conexão à internet no solo.
Relembre o que aconteceu entre Elon Musk e o governo brasileiro?
O conflito entre Elon Musk, proprietário do X e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, teve início no ano passado após os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em janeiro de 2023 por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Moraes intensificou as investigações sobre a disseminação de fake news e ameaças à democracia, resultando no bloqueio de perfis nas redes sociais. Musk desafiou as ordens de Moraes, acusando-o de censura. Se recusou a retirar os perfis do ar, o que levou o STF a ordenar a suspensão da rede social X no Brasil e a bloquear contas da Starlink.
A Starlink inicialmente se recusou a cumprir a ordem de bloqueio. Mas, diante das penalidades impostas por Moraes, incluindo uma multa diária e o bloqueio das contas bancárias da rede social X, decidiu suspender o acesso à plataforma no Brasil. A empresa tomou essa medida após afirmar que não suspenderia o X enquanto suas contas permanecessem bloqueadas pela Justiça, intensificando o conflito entre as partes.
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Fonte: Folha de S. Paulo