Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o empresário William Rogatto declarou que políticos participam do esquema de manipulação de jogos.

Rogatto confessou que participa do esquema de manipulação desde 2009, quando tinha 19 anos e teve a ideia de criar uma casa de aposta para lucrar com a manipulação depois de conhecer cassinos em uma viagem em Las Vegas, Estados Unidos.

Na CPI, o senador Eduardo Girão (Novo) questinou se havia presença de políticos no esquema de manipulação de jogos:

Tem político, vereador, prefeito. O sistema é único e para entrar é preciso de pessoas. Todo mundo gosta de dinheiro. Eu sempre procurei entrar pelas secretarias de Esporte”, afirmou William Rogatto para todo o Senado durante a videoconferência.

Segundo o depoimento dado pelo empresário, ele atua na manipulação de jogos no Brasil e no mundo. Rogatto disse que por “brechas do sistema”, é possível atuar em nove países.

“Eu tenho nove países diferentes em apostas, eu pago caro para o atleta e também gosto de ganhar. Hoje eu uso nove países diferentes. Na semana passada eu fiz dois jogos na Colômbia, na primeira divisão. O sistema está fazendo que eu não pare. Querendo ou não, a gente tem uma vida cara, sabe como é, viver na Europa. Eu preciso fazer jogos, sou réu confesso, não consigo parar porque o sistema está me dando brechas”, afirmou Rogatto.

Manipulação nos jogos do Palmeiras

Ao ser questionado pelo presidente da CPI, Jorge Kajuru (PSB) sobre os times do Palmeiras e São Paulo que teriam participado de um “jogo sujo”, Rogatto afirmou:

“É uma opinião minha, não sei se aconteceu ou não, está nitidamente, é só você olhar os gols. Os jogadores hoje, às vezes dois jogadores, desestruturam totalmente um jogo. Tem presidente que sabe e compactua com isso, tem presidente que eu engano, tem presidente que está ali para ganhar o dele, tem presidente que não compactua. Todos os jogos que eu fiz no Palmeiras eu ganhei”.

Vale destacar que nenhuma prova foi apresentada por Rogatto para dá veracidade às afirmações do empresário.