A proposta de lei que visa acabar com o modelo de jornada de trabalho 6×1 deve começar a tramitar em breve na Câmara dos Deputados. Apesar de ter angariado um número expressivo de apoiadores, a iniciativa ainda é vista com ceticismo por alguns parlamentares, que a consideram problemática para os trabalhadores e empresas.

A deputada Bia Kicis (PL-DF), líder da minoria na Câmara, falou com exclusividade ao Portal Norte e qualificou a proposta como uma tentativa da esquerda de “fazer barulho e tentar alcançar visibilidade” em um momento desfavorável.

Em tom crítico, Kicis afirmou que a pauta não beneficia os trabalhadores e indicou que a oposição apresentará alternativas “mais produtivas e que respeitem a liberdade de negociação”.

A parlamentar também havia publicado vídeo em suas redes sociais em que destacava a falta de um estudo de viabilidade para a proposta.

Outro crítico da proposta é o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que destacou a complexidade do projeto e enfatizou a necessidade de uma discussão aprofundada. É “uma medida populista” e “mal elaborada”, opinou.

Nikolas, com ampla presença nas redes sociais, destacou ainda o impacto que uma mudança desse tipo traria para setores que operam 24 horas, como supermercados, restaurantes e hospitais.

Segundo ele, a proposta poderia elevar custos e aumentar o desemprego e a informalidade, principalmente em negócios que teriam que contratar mais funcionários para manter as operações.

Alternativa encontrada pela oposição

Em resposta à proposta liderada por Erika Hilton (PSOL-SP), o deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS) apresentou a chamada “PEC da Alforria”.

Esta Proposta de Emenda à Constituição visa flexibilizar o regime de horas trabalhadas, permitindo que o trabalhador escolha entre o regime CLT atual, de 44 horas semanais, ou um sistema de remuneração por horas trabalhadas.

Marcon defende que a PEC “moderniza” as relações de trabalho e oferece mais autonomia ao trabalhador, inspirando-se no modelo de emprego dos Estados Unidos.

Ao se posicionar contra a proposta de Erika Hilton, Marcon afirmou que “o brasileiro gosta de acreditar em soluções mágicas”, criticando o projeto e destacando que a deputada nunca gerou empregos.

A expectativa é que o debate sobre a jornada de trabalho se intensifique nas próximas semanas, com parlamentares divididos entre propostas de maior flexibilidade e regulamentações mais rígidas.