A Polícia Federal revelou novas evidências que indicam o envolvimento do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, na tentativa de golpe contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mensagens de celular, obtidas durante as investigações, apontam que o militar teria aderido ao plano articulado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com conversas enviadas por um contato identificado como “Riva”, Garnier era descrito como “patriota” e aliado dos golpistas. Uma das mensagens menciona que a Marinha teria “tanques no Arsenal prontos”, sugerindo uma possível movimentação militar.
Em resposta, um interlocutor afirmou que Bolsonaro, referido como “01”, deveria ter “rompido” com a Marinha para garantir o apoio das outras forças, o Exército e a Aeronáutica.
Provas reforçam articulação entre as Forças Armadas
As mensagens contradizem as alegações de Bolsonaro de que não havia articulação militar para apoiar ações golpistas. Os indícios mostram um alinhamento entre integrantes das Forças Armadas para um possível apoio ao plano que visava destituir o governo democraticamente eleito.
Relatório aponta 37 envolvidos em esquema golpista
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou nesta terça-feira (26) o sigilo do relatório final das investigações. O documento reúne provas que sugerem o indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas por envolvimento em um plano para derrubar o governo de Lula.
Além disso, o relatório também aponta a existência de uma conspiração para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o próprio Moraes.
O relatório foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisará a possibilidade de apresentar denúncias formais contra os suspeitos. As investigações continuam, buscando esclarecer o alcance total do esquema e suas conexões dentro das Forças Armadas.