O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi empossado nesta sexta-feira (10) para seu terceiro mandato, válido de 2025 a 2031.

A cerimônia ocorreu na Assembleia Nacional, em Caracas, e contou com a presença de delegações de mais de 125 países, incluindo Cuba, China, Rússia e Honduras.

Durante seu discurso, Maduro destacou a vitória democrática apesar das pressões internacionais e protestos da oposição.

Ele criticou governos estrangeiros e afirmou que seu mandato é fruto da vontade popular. “Meu poder emana da história e do povo, não de governos estrangeiros ou oligarquias”, declarou.

Questionamentos sobre as eleições e oposição

A posse acontece em meio a contestações sobre o processo eleitoral de julho de 2024. Maduro venceu com 51,9% dos votos, contra 43,1% do opositor Edmundo González.

No entanto, opositores e organizações internacionais criticaram a falta de transparência na publicação dos dados detalhados por mesa de votação.

Edmundo González, que está exilado na Espanha, havia prometido intervir na posse de Maduro, mas não compareceu.

Maduro ironizou a ausência: “Chegou Edmundo? Peguem-no! Estou nervoso”, brincou, provocando risos no público.

Reforma constitucional é prioridade

No discurso, Maduro anunciou a criação de uma Comissão Ampla Nacional para elaborar um projeto de reforma constitucional em 2025.

Ele defendeu a atualização da Constituição de 1999 para enfrentar desafios tecnológicos e fortalecer uma sociedade humanista e democrática.

“Queremos uma Constituição atualizada para proteger o país das novas ameaças tecnológicas que conhecemos nas redes sociais”, afirmou o presidente.

Desafios econômicos e histórico no poder

No poder desde 2013, Nicolás Maduro enfrentou um bloqueio internacional liderado pelos Estados Unidos e uma grave crise econômica, que resultou na emigração de mais de 7 milhões de venezuelanos.

Entre 2014 e 2024, o PIB da Venezuela retraiu cerca de 75%, mas nos últimos o país registrou uma recuperação econômica, apesar dos salários da população continuarem defasados.

De acordo com a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), o PIB venezuelano deve crescer 6,2% em 2024.

Desde 2022, o país saiu da hiperinflação e registrou um índice de preços historicamente baixo para os padrões locais.

Maduro encerrou seu discurso reafirmando o compromisso com a estabilidade e o desenvolvimento do país, mesmo diante das adversidades internas e externas.