O publicitário Sidônio Palmeira assumiu, nesta terça-feira (15), a posse da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de grande parte dos ministros do governo.
O novo ministro assume, a partir desta semana, o “enorme desafio” de melhorar a comunicação política do governo e recuperar a popularidade de Lula até as eleições de 2026.
No primeiro discurso como chefe da pasta responsável pela formulação e implementação da política de comunicação, Sidônio falou sobre desinformação e liberdade de expressão.
“O que me traz aqui é a força que me fez contribuir nas eleições de 2022, a mais importante da história do país, e a força de estar do lado certo da história”, afirmou Palmeira.
Desinformação
No discurso, o ministro criticou os efeitos da desinformação na percepção das pessoas sobre as ações do governo.
“A informação dos serviços não chega na ponta. A população não consegue ver o governo nas suas virtudes. A mentira nos ambientes digitais fomentada pela extrema direita cria uma cortina de fumaça na vida real, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade”, argumentou Sidônio.
Ele ainda defendeu a liberdade de expressão e lamentou que o extremismo “esteja desvirtuando esse conceito para viabilizar a liberdade de manipulação e agressão”.
Ao pontuar que a comunicação é guardiã da democracia, Sidônio Palmeira ressaltou que a nova gestão vai incentivar processos regulatórios, além de garantir que a população tenha acesso à informação.
“Vejo que o papel da comunicação deve se concentrar em ser a enzima que liga a política à gestão, tornando a política mais integrada com a gestão mais eficiente”, completou.
Meta
Palmeira comentou sobre as medidas anunciadas recentemente pela Meta de encerrar o programa de checagem de fatos dos conteúdos das plataformas.
“Encaro a missão da comunicação como guardiã da democracia, sobretudo no combate à desinformação. Medidas como as anunciadas recentemente pela Meta são ruins porque afrontam os direitos fundamentais e a soberania nacional, promovendo um faroeste digital”, criticou Palmeira.
No entanto, as mudanças ainda não serão aplicadas no Brasil, primeiro será feito um teste nos Estados Unidos.
Quem é Sidônio?
Sidônio assumiu o lugar de Paulo Pimenta, que deixou o comando da pasta por decisão do presidente Lula.
Responsável pelo marketing da campanha vitoriosa do petista em 2022, Sidônio tem atuado como um conselheiro do presidente desde o início do seu 3º mandato, em 2023.
O escolhido para ser o novo secretário atua há décadas em campanhas políticas, como a campanha que elegeu Lula em 2022 e a de Fernando Haddad na corrida presidencial de 2018.
Ele também participou da elaboração da estratégia de divulgação do pacote de corte de gastos, em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou as novas medidas em um pronunciamento veiculado em rede nacional.
Em dezembro, ele produziu e participou da gravação de um vídeo em que Lula aparece ao lado do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Na semana passada, Sidônio ainda coordenou a reação a um vídeo falso com imagens modificadas por inteligência artificial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendendo a cobrança de novos impostos.