A Polícia Militar de Rondônia (PM-RO) mantém, há um ano, o pagamento de salário ao cabo Roberte Paulo Aguiar Souza, mesmo ele estando foragido da Justiça.
Condenado por tráfico de drogas e investigado por integrar uma organização criminosa ligada ao Comando Vermelho, Aguiar recebe uma remuneração mensal de R$ 6.195,79.
Cabo Aguiar foi preso em janeiro de 2023, em Vilhena (RO), enquanto transportava 508 kg de cocaína em uma caminhonete.
Além disso, ele estava acompanhado do sargento Gedeon Rocha de Almeida, conhecido como G. Rocha.
Ambos receberam apreensão e posteriormente condenados. Em 31 de outubro de 2023, o militar desapareceu do Centro de Correição da PM em Porto Velho, em Rondônia e segue foragido.
Desde a fuga, o governo estadual já desembolsou cerca de R$ 87 mil em remuneração e benefícios ao policial, conforme dados do Portal da Transparência.
Atualmente, Aguiar possui dois mandados de prisão em aberto:
- Emitido pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Vilhena
- Emitido pela 2ª Vara de Delitos de Tóxicos de Porto Velho, por uma investigação em rede de tráfico interestadual com policiais militares e rodoviários federais.
Relação com organização criminosa
Após a fuga, a Polícia Federal (PF) localizou Aguiar em uma fazenda no distrito de Jaci-Paraná, pertencente ao traficante José Heliomar de Souza, conhecido como “Léo”.
Apontado como líder da organização criminosa, Heliomar era responsável por aliciar policiais para transportar grandes quantidades de cocaína pelo país, especialmente para abastecer o Comando Vermelho no Ceará.
Em prisão inicial, em janeiro de 2023, Aguiar portava uma arma registrada em nome de Heliomar, reforçando os vínculos entre o policial e o traficante.
A investigação da PF, no âmbito da Operação Puritas, revelou a participação de outros policiais, incluindo os rodoviários federais Raphael Ângelo e Diego Dias Duarte, que também tiveram mandados de prisão expedidos.
A coluna tentou contato com a Polícia Militar de Rondônia e com a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania para esclarecimentos, mas não obteve resposta.
O caso segue em investigação, enquanto cresce a pressão sobre a PMRO e o governo estadual para revisar a política de pagamento a policiais foragidos.