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Aparelhos Eletrônicos: Semana tem conscientização sobre uso excessivo em Roraima

Aparelhos eletrônicos mal para saúde Roraima

Aparelhos eletrônicos prejudicam as crianças se usados em excesso - Foto: Ascom/Assembleia Legislativa

Os aparelhos eletrônicos se não forem usados de maneira consciente podem ocasionar problemas de saúde.

Nesse sentido, a primeira semana de novembro é destinada à conscientização e prevenção sobre os males causados pelo uso intenso de celulares, tablets e computadores por bebês e crianças.

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O cuidado com o uso dos aparelhos eletrônicos contribuirá para o melhor desenvolvimento da criança e para um adulto mais saudável, uma vez que a exposição excessiva às telas pode acarretar problemas físicos e mentais.

Uso com cuidado de aparelhos eletrônicos é amparado por lei estadual

O uso de equipamentos eletrônicos em excesso prejudica o desenvolvimento das crianças, afetando a concentração, visão, audição e autoestima.

Sendo assim, para evitar os problemas causados pelo uso do aparelho eletrônico, há lei em Roraima destinada especificamente a isso.

Gabriele dá dicas para evitar uso excessivo de aparelhos eletrônicos – Foto: Ascom/Assembleia Legislativa

A Lei nº 1787/2023 é o texto que institui a Semana de Conscientização e Prevenção ao Uso de Aparelhos Eletrônicos.

A psicopedagoga Gabriele Almeida, especialista em atendimento infantojuvenil, explica quais são as consequências cognitivas para as crianças após o uso excessivo dos aparelhos.

Ela ensina, ainda, como driblar a permanência contínua delas à frente da TV, tablet, celular e computador.

A exposição em excesso prejudica a saúde pelo fato da criança ser muito imatura e não conseguir ainda diferenciar o real do imaginário. Isso pode comprometer um processo de desenvolvimento saudável, pois, além da saúde física, causa prejuízos no aprendizado, sono e a torna sedentária, pois acaba por não praticar atividade física, disse a psicopedagoga.

Na fase adulta, explicou Gabriele, o prejuízo será em decorrência da falta de estímulo.

Consequentemente, será um adulto muito dependente, que faz comparações que causam danos à autoestima. Ele acaba se privando, muitas vezes, de viver a vida de forma saudável, ao focar somente naquela realidade virtual, que a gente bem sabe que não condiz com o nosso dia a dia, falou.

Do ponto de vista biológico, Gabriele também ressaltou mais problemas devido ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos.

Aumenta mais os estímulos e vai afetando a audição e a visão da criança. A gente chama de processo de dependência. 


Brincadeiras com as crianças podem diminuir o uso da tecnologia

É possível mudar essa realidade. Para isso, os pais devem ficar atentos e proporcionar brincadeiras que tirem o foco dos aparelhos eletrônicos, além de explicar sobre esses prejuízos.

Quando a gente fala de controle, deve observar o que todos os especialistas dizem: que até dois anos de idade, zero telas. Passou dos dois anos, tem que se cronometrar entre uma hora e uma hora e meia, e observar os conteúdos apropriados para aquela idade, disse Gabriele.

Gabriele sugere que sejam feitas brincadeiras que proporcionem a interação social tanto com a família quanto à sociedade. 

A gente realmente tem um tempo de qualidade cada vez mais reduzido por causa da rotina e tudo fica muito maçante. Mas quando a gente fala de tecnologia e o contato com a família, os pais devem sempre ter a consciência de que isso gera vínculo, acolhimento, reforçou.

A professora Tatiane Lopes tem dois filhos e o mais velho, Ronald Ramiro Ramos Filho, tem três anos.

O mundo imaginário dele está dentro de um baú com inúmeros brinquedos para exercitar a pintura, desenho, modelagem de massinha e fazer bolhas de sabão no ar.

Ela conta que o filho só usa o celular quando é para se comunicar com a família e que apenas assiste à televisão quando os pais definem o conteúdo.

Para driblar o uso do aparelho, os pais compraram um de brinquedo que repete tudo que ele fala.

Pais precisam usar criatividade para filhos saírem dos aparelhos eletrônicos – Foto: Ascom/Assembleia Legislativa

Tatiane também comprou uma lousa mágica do tamanho de um tablet. Os rabiscos que faz estimulam a criatividade e fazem ele ter a impressão de que é um tablet de verdade.

A gente sempre tentou incentivá-lo para esse mundo imaginário e para o processo de socialização, o que permite que ele converse mais com a gente, conte o que quer fazer, a fim de que não use o celular. Ele não sabe ligar o celular nem a TV, e passou a interagir mais com os personagens do desenho quando foi para a escola, contou a mãe.

A contação de histórias também faz parte do mundo de Ramiro. Tatiane conta histórias, mas utiliza o podcast de histórias infantis para prender a atenção da criança, que viaja nas historinhas até adormecer. 

Ela reconhece que é uma tarefa árdua manter os filhos longe das telas, e sabe que toda essa prática só é possível porque o marido ajuda, bem como os demais integrantes da casa.

Eu não condeno quem usa o celular para distrair o filho. Muitas vezes, a mãe quer almoçar e para conseguir isso com tranquilidade, faz uso do celular. Talvez, se eu não tivesse essa ajuda, seria diferente também comigo, disse.

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