A conta de energia elétrica da professora aposentada Dulcilene dos Santos, 62, aumentou de R$ 700 para R$ 1.100. Moradora de Boa Vista-RR, ela representa a população de Roraima que está pagando mais caro na conta de energia.

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O aumento da conta de energia no final do mês tem um motivo forte: suportar o forte calor que está fazendo em Boa Vista nos últimos meses.

Está muito difícil aguentar esse calor que está fazendo em Roraima. Aí não tem jeito, é usar mais vezes a central de ar para melhorar a temperatura. A minha conta de energia aumentou de R$ 700 para R$ 1.100. Mas, não tem jeito, ou uso mais a central ou sofrerei mais ainda com o calor, disse Dulcilene.

Especialista dá dicas para economizar consumo de energia

O analista comercial da Roraima Energia, José Linhares Filho, explicou que as altas temperaturas mudam os hábitos de consumo da população.

Nesse sentido, a população busca nos equipamentos de refrigeração a solução para amenizar o calor. O impacto dessa mudança se reflete na conta de energia.

Mesmo que você continue usando os equipamentos da mesma maneira que você usava antes, o calor vai forçar mais o equipamento porque o quarto está quente, bem como o chão e a parede, e até que o ar-condicionado consiga chegar a uma temperatura ideal, vai levar tempo e exatamente esse tempo que está consumindo energia porque vai demandar mais energia para o funcionamento dele”, explicou.

A orientação da Roraima Energia é que as pessoas coloquem a central numa temperatura maior, 23 a 24 graus.

Essa recomendação é do Procell [Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica], pois 23 graus é uma temperatura agradável”, reforçou.

Linhares detalhou, ainda, que nesse período é comum o aumento de reclamações por parte dos consumidores.

Eles não compreendem o motivo da conta alta, tendo em vista que não adicionaram um novo equipamento eletrodoméstico em casa. Mas, o valor aumenta, disse.

Conta de energia pode ser contestada na Roraima Energia
Cliente pode contestar valor da conta de energia elétrica – Foto: ASCOM/Assembleia Legislativa

Linhares esclareceu que o aumento também pode estar relacionado aos ciclos de faturamento da conta de energia.

Eles podem variar de 27 a 33 dias. Então, se um cliente vem de uma fatura que teve apenas 27 ou 28 dias, e recebe no outro mês uma conta com 33 dias de faturamento, são 5 dias de diferença de um mês para o outro. Isso, consequentemente, se reflete no valor final a ser pago, explicou.

Ele informou, ainda, que existem muitos dados na fatura de energia, mas com relação ao consumo existem quatro a serem observados. Dois deles são as datas das leituras atual e anterior.

Por exemplo, de 20 de setembro até o último dia 20 de agosto são 31 dias de consumo. Se hoje a leitura do medidor for 500 kw e na última leitura estava 300, teremos 200 quilowatts de consumo. Esse valor será multiplicado pela tarifa de energia, e o resultado desta operação será o valor a ser pago no final do mês, detalhou.

Linhares fez questão de deixar claro que esse resultado a ser pago está relacionado ao consumo da energia.

Fora o valor citado pelo especialista, o consumidor também paga a taxa de iluminação pública, além de outros encargos como o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Serviço).

Conta de energia: Procon dá dicas de contestação do valor

A diretora do Procon Assembleia, Mileide Sobral, pede aos consumidores que observem se o aumento está relacionado ao verão que está intenso ou se o valor está exorbitante independentemente do consumo.

O consumidor que realmente identifique um valor a mais na sua conta que não corresponda com o seu consumo, ou com o qual ele não concorde, a primeira coisa a ser feita é entrar em contato com a concessionária de energia elétrica e contestar o que está sendo cobrado, orienta.

A contestação, citada por Mileide, pode ser feita por meio dos canais de atendimento, tanto físicos quanto on-line. 

Após a contestação, a empresa concessionária tem um prazo de resposta.

Se não concordar ou entender a resposta da concessionária, que busque o Procon Assembleia para que a gente possa mediar junto à empresa para melhor entendermos essa situação do consumidor, orientou.

Mileide esclareceu que a contestação do consumidor não garante redução no valor da conta. Entretanto, destacou a diretora, será interessante para entender o que está sendo cobrado, e assim replanejar o consumo, se for o caso.

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