A prematuridade é um tema que preocupa pais e médicos, além de já ser um desafio para os pequenos nos primeiros dias de vida.

Em Roraima, o número de bebês que nascem de forma prematura é alto.

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De acordo com dados da Secretaria de Saúde (Sesau), em 2023, 397 bebês prematuros foram internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth.

Esse número equivale a 45% das internações. A prematuridade, nesse sentido, é o nascimento de um bebê antes da 37ª semana de gestação.

Dia da prematuridade serve de alerta e conscientização

Para conscientizar sobre os riscos do parto antecipado, assistência, proteção, promoção e sobre os direitos da mãe e do bebê, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) aprovou a Lei nº 1.228/2018.

A Lei nº 1.228/2018 institui a data 13 de novembro como o “Dia Estadual da Prematuridade” e intitula o “Novembro Roxo” como o período de atividades e mobilizações alusivas ao tema.

De acordo com a lei, fica a cargo dos poderes públicos, bem como movimentos sociais e instituições privadas, promoverem palestras, eventos, campanhas de mídia e a iluminação dos prédios na cor roxa.

A lei é mais uma forma de combater a prematuridade, responsável pela principal causa de mortalidade infantil antes dos cinco anos de idade em todo o mundo, segundo a ONG Prematuridade.

Médica fala sobre formas de prevenção

As causas da prematuridade são diversas, como infecção urinária, hipertensão não controlada, diabete gestacional, infecções sexualmente transmissíveis, entre outras.

Segundo a médica Patrícia Cavalcante, responsável pela UTI Neonatal do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth, a melhor forma de preveni-la é a realização do pré-natal adequado.

“O primeiro passo para evitar a prematuridade é ter um pré-natal adequado. O Ministério da Saúde recomenda pelo menos seis consultas e acompanhamento com o obstetra, além da realização de todos os exames necessários, como o de sangue para triagem infecciosa e exames de imagem para identificar malformações, por exemplo”, disse.

A médica alerta, ainda, que caso não sejam oferecidas as condições necessárias durante a gestação, o bebê pode carregar sequelas que vão além do âmbito familiar.

“As consequências de um parto prematuro são para toda a sociedade, afetando o desenvolvimento da criança, a parte neurológica, na fala e interação social”, falou.

Mãe teve três partos prematuros

Janynnie Matos, de 38 anos, técnica em saúde bucal, teve três partos prematuros. Em 2017, sua terceira filha, Esther Vitória, nasceu com 36 semanas de gestação e cardiopatia. A bebê morreu aos 26 dias de vida.

“Depois que ela faleceu, percebi que poderia ter feito mais, mas não tinha aquelas informações para estudar e orientar outras mães a não passarem pelo que passei”, ponderou a técnica.

Em 2018, ela engravidou novamente e, para sua surpresa, a bebê nasceu com 33 semanas. A criança não foi para a UTI, mas precisou de acompanhamento multiprofissional.

Em 2021, na pandemia, ela teve mais um filho, que nasceu com 34 semanas e passou dias internado.

Prematuridade em Roraima mãe fala sobre o tema
Mãe sofreu com prematuridade e hoje conscientiza outras pessoas sobre o tema – Foto: Assembleia Legislativa

As experiências seguidas com a prematuridade mudaram a vida de Janynnie e de muitas outras mães em Roraima.

Hoje, ela é ativista em prol do aleitamento materno, é representante estadual da prematuridade.com, faz parte do Grupo de Mães de Pedras Preciosas e orienta mães e pais a passarem por esse momento delicado.

“Um bebê prematuro é uma questão diferente a cada dia … com todas as minhas informações, decidi que ninguém mais passaria pelo que passei, ou, se passassem, saberiam como lidar com essa situação”, afirmou.

Em homenagem à filha que faleceu, ela ainda criou o projeto “Cantinho da Esther Vitória”, onde distribui “polvinhos” confeccionados em crochê nas unidades de saúde.

“Foi uma forma de superar a perda dela. Ela ganhou um polvinho quando nasceu, e como sei fazer crochê, juntei os dois, precisava de algo que me desse suporte emocional. Desde então, o projeto passou por algumas mudanças. Algumas pessoas me ajudam mensalmente ou por trimestre; é uma forma de mantê-la viva dentro de mim”, concluiu.

Mundialmente, a semana do dia 17 de novembro é dedicada à conscientização da sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, suas causas e consequências.

Em Roraima, a campanha ocorre na semana do dia 13.

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