O líder indígena Davi Kopenawa, presidente da Associação Hutukara Yanomami, se encontrou com o Papa Francisco, nesta quarta-feira, 10, no Vaticano. A pauta do encontro foi a crise sanitária na terra Yanomami.
Na oportunidade, Kopenawa pediu apoio aos esforços do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para salvar seu povo indígena.
“Pedi ao papa que apoie o governo Lula, porque Lula precisa de amigos”, disse Davi Kopenawa. “O papa disse que vai falar com ele”, acrescentou o presidente da Hutukara.
Além disso, ele citou o envenenamento da água por mercúrio, metal utilizado por garimpeiros na caça ao ouro, como uma das maiores ameaças à sua comunidade, juntamente com o desmatamento para a pecuária e o cultivo de soja.
Terra Indígena Yanomami
Dados apontam que cerca de 28 mil pessoas vivem na maior reserva indígena do Brasil, que abrange os estados de Roraima e Amazonas, no norte do país.
Conforme Kopenawa, a invasão das suas terras por mineiros ilegais causou desnutrição e mortes.
A Terra Yanomami é a maior do país em área, compreendendo 9,5 milhões de hectares, o que corresponde, aproximadamente, à área dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo somados.
Os yanomami são um dos maiores povos indígenas de recente contato da América do Sul, vivendo nas florestas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela.
Crise Sanitária
Em janeiro de 2023, o Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, diante da crise sanitária enfrentada pelos indígenas.
O objetivo da medida é restabelecer os serviços de saúde na maior terra indígena do Brasil.
Da mesma forma, o governo federal instituiu um Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária, suspendeu a entrada de não-indígenas na reserva Yanomami e determinou que a Força Aérea Brasileira (FAB) e intensificasse o controle aéreo na região, limitando a área de voos.
Simultaneamente, órgãos ambientais e forças de segurança federais deflagraram ações conjuntas de combate ao garimpo e à extração de madeira.
Fonte: Reuters e Agência Brasil