Nesta sexta-feira (29), a Funai se manifestou sobre as notícias do possível desligamento de energia elétrica que causaria um apagão no estado de Roraima. A recomendação do interrompimento do serviço vem do Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM).
A orientação parte da suspeita da presença de indígenas isolados nas regiões do Mamoriá Grande, em Lábrea e do Igarapé Caribi, em Silves e Itapiranga, no Amazonas. A empresa Eneva, responsável por quase 50% da energia elétrica de Roraima, atua no Campo do Azulão, que abrange Silves e Itapiranga.
Funai se pronuncia sobre a orientação
Por meio de nota, a Funai esclareceu que ao receber a intimação, passou agrupar informações técnicas da situação dos povos indígenas na região. Desde então, disse que o seu intuito é verificar a possibilidade de impactos as terras ou aos nativos.
Ainda na declaração, a Fundação recebeu relatos inéditos sobre a possível presença de um grupo indígena isolado no rio Uatumã, em Itapiranga. Em 2024, após a intimação do MPF-AM, a equipe técnica realizou uma expedição ao local e coletou indícios que confirmam a existência da comunidade.
Além disso, a Funai declarou a necessidade de investigações “minuciosas e contínuas”, e que podem precisar de tempo considável e que, até o momento, não tem previsão de conclusão.
Por fim, comentou sobre as notícias veiculadas sobre um possível apagão no estado de Roraima. A fundação descreveu os comunicados como “alarde” sobre a atuação da autarquia indigenista. Ademais, indica que as notícias não tem “conhecimento fático”.
Apagão em Roraima
Na última quinta-feira (28), a Eneva S.A., responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Roraima por meio de gás natural, emitiu um alerta sobre o risco de apagão no estado.
Segundo a empresa, o desligamento poderá ocorrer caso a Funai aprove determinada orientação. Roraima, único estado fora do Sistema Interligado Nacional, que depende de 21 termelétricas locais para suprir a demanda energética da população.
“Uma interrupção na produção do combustível poderá trazer prejuízos à população a curto prazo”, afirmou Raniere Jácome, Gerente-Geral da Eneva, em entrevista à TV Norte Roraima.