O Brasil iniciou os testes para reimportar energia elétrica da Venezuela por meio do linhão de Guri, com o objetivo de abastecer o estado de Roraima, o único não conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
A TransNorte Energia S.A. iniciou as negociações para essa parceria energética no ano passado e está prestes a concluir o acordo.
Apesar de o governo brasileiro não reconhecer a reeleição do presidente Nicolás Maduro e criticar atos antidemocráticos no país vizinho, a iniciativa envolve a realização de testes conduzidos pela empresa BOLT, especializada no setor de energia, para importar energia de uma hidrelétrica venezuelana.
A quantidade prevista para importação será de 30 megawatts, mas o acordo carrega grande simbolismo, pois o Brasil já importou energia regularmente da Venezuela no passado. No entanto, o último governo federal interrompeu essas operações.
Além disso, a importação da energia será exclusivamente a Roraima, que depende de usinas termelétricas para o abastecimento e enfrenta altos custos de geração por não estar conectado ao sistema nacional.
Os responsáveis pelos testes na linha de transmissão programaram a realização para janeiro. Se obtiverem sucesso nos testes em 96 horas, a importação será oficialmente retomada.
Sudam aprova projeto que vai conectar Roraima ao Linhão de Tucuruí
No início de 2025, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) aprovou o projeto da TransNorte Energia S.A. para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) através do Linhão de Tucuruí.
O empreendimento, anunciado pelo presidente Lula em 2023, receberá R$ 1,73 bilhão do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA).
Com mais de 700 km de extensão, a linha de transmissão integrará o estado ao sistema nacional, atendendo também dez comunidades isoladas. A obra, prevista para setembro de 2025, deve gerar mais de 11 mil empregos.
Atualmente, Roraima depende de 58 usinas termelétricas e de importação de energia da Venezuela para abastecer Boa Vista e regiões próximas.