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Instituto Butantan na vanguarda das vacinas

Diretor de Desenvolvimento Clínico do Instituto Butantan, Dr. José Moreira, fala ao Norte Entrevista. Foto: Fotos: Marilia Ruberti/ Comunicação Butantan

Diretor de Desenvolvimento Clínico do Instituto Butantan, Dr. José Moreira, fala ao Norte Entrevista. Foto: Fotos: Marilia Ruberti/ Comunicação Butantan

Desenvolvimento clínico

O desenvolvimento clínico, para diagnóstico, tratamento ou prevenção – as vacinas – começa com testes em animais até seguir para a fase 1. Na fase 2, estudam-se pequenos grupos de voluntários humanos, 10 a 20 pessoas, aferindo-se a eficácia imunológica. A fase 3 se faz com mais pessoas. “E se faz com protocolos de segurança e eficácia, até que se peça autorização das agências de regulação”, esclarece.

Por que a vacina da Dengue é mais difícil

Segundo o Dr. Moreira, o genoma da dengue é muito maior que o da covid, o que aumenta a complexidade na produção de vacinas eficazes: “São patógenos completamente diferentes, de famílias diferentes, com vias de transmissão diferentes”.

Covid

No caso da Covid, conseguiu-se desenvolver a vacina em menos de 1 ano. Mas era uma emergência mundial, com muitas mortes, então a pesquisa envolveu vários países.

Se há riscos de novas pandemias

“Sabemos que haverá novas pandemias. Não sabemos quando, mas ocorrerão”, declara. Na história recente, pandemias foram causadas por agentes respiratórios, com capacidade de transmissão bem mais alta por vetores, como dengue, zika, chikungunya etc.

Capacidade de produção das vacinas

“O Butantan é um parceiro leal do Ministério da Saúde e do PNI*, temos de responder a essa demanda, porque o objetivo é a saúde e a vida, temos de imunizar as pessoas”, diz Moreira. O instituto é o único fornecedor de vacinas para a influenza permanente: 80 milhões de doses/ano.

Atualizações na vacina da Covid

“Desenvolvemos a Coronavac, foi a vacina de escolha graças ao excelente nível de segurança e cobertura. A Butanvac se encontra na fase 2, e pretendemos que entre na fase 3 ainda este ano”, diz o médico. A ideia é ofertá-la como quinta dose, pois a maioria da população está com esquema primário completo.

Como veio trabalhar no Brasil

“Minha especialidade são as doenças infecciosas. Em Moçambique, tinha essa ideia de me especializar em medicina tropical. E o Brasil é uma referência para o estudo dessas doenças, tem a Amazônia, que é a maior floresta tropical do mundo”, explica o Dr. Moreira.

*PNI = Programa Nacional de Imunização

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