Os casos de malária aumentaram 146,6% em Manaus até este mês de abril, na comparação com o mesmo período de 2023. São 1.778 casos contra 721 registrados no ano passado.
Em relação ao registro de casos por local provável de infecção, a zona rural registra 56% dos casos deste ano, seguido da zona Leste com 41%, zona Oeste com 1,9% e zona Norte com 1%.
Os dados foram divulgados pela Prefeitura de Manaus, na última quinta-feira (25), por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
A Pasta afirma que intensifica as ações de busca ativa de casos suspeitos, oferta do exame de gota espessa e orientações sobre a importância do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento da malária.
Prevenção e combate
De acordo com o supervisor de equipe de agentes de endemias do Distrito de Saúde (Disa) Oeste, Alberto Magno dos Santos, o controle da malária envolve o trabalho de monitoramento dos possíveis criadouros do mosquito em Manaus.
O trabalho, detalha o agente, começa quando há a notificação de um caso positivo, o que inicia uma investigação para verificar se o caso é autóctone, ou seja, de transmissão local e não importado de outras localidades.
“Quando é autóctone, significa que na localidade existe o mosquito e, portanto, também há um criadouro. A equipe de entomologia é acionada para avaliar o criadouro, capturar larvas do mosquito e levar ao laboratório para determinar se é do gênero Anopheles. Caso seja positivo para o vetor, a equipe realiza o tratamento do criadouro com biolarvicida para eliminar as larvas e faz o tratamento químico da área com inseticida, que elimina o mosquito adulto”, explica Magno.
Para a agricultora Ieda Maria Lima de Souza, moradora da comunidade São Mateus, as ações de prevenção e controle são essenciais para os moradores do bairro Tarumã.
“A última vez que tive malária foi em dezembro do ano passado. E nós tentamos seguir alguns cuidados em casa, já que moramos perto de área de igarapé. Fechamos a casa às 17h30, todos os dias, para que o mosquito não entre, colocamos incenso, mas sempre tem muito carapanã de noite”, aponta Ieda Maria.
A malária
Doença infecciosa febril aguda, a malária é transmitida por meio da picada de fêmea do mosquito Anopheles infectadas por protozoários do gênero Plasmodium, que é o causador da doença.
Os sintomas mais comuns da malária são: febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. A doença tem cura e o tratamento é gratuito, mas, se não for diagnosticada e tratada de forma precoce e adequada, pode evoluir para formas graves.
A doença coloca em risco a saúde e a vida das pessoas, mas também perpetua um ciclo vicioso de desigualdade, segundo a Organização Mundial da Saúde.
*Com informações da assessoria