O período chuvoso trouxe um novo alerta de saúde para Manaus. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) da Prefeitura de Manaus, a cidade registrou, até 13 de maio deste ano, nove vezes mais casos de febre oropouche em comparação com os casos totais de 2023.
Conforme o boletim mais recente, foram contabilizados 2.136 casos da doença ao longo dos cinco primeiros meses de 2024. Já o ano anterior totalizou cerca de 217 casos.
Além disso, a Semsa reportou o óbito de uma adolescente de 15 anos devido à infecção simultânea por oropouche e dengue.
Segundo as estatísticas divulgadas pela Prefeitura de Manaus, a maioria dos casos de febre oropouche de 2023 ocorreu no final do ano passado. Esse aumento significativo nos últimos meses coincide com o período em que a região enfrentou a maior seca de sua história recente.
Qual é o principal vetor da febre oropouche?
Diante do aumento de casos de febre oropouche, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas emitiu um alerta epidemiológico juntamente com uma nota técnica detalhando informações cruciais sobre a infecção.
A febre oropouche apresenta sintomas similares aos da dengue e da chikungunya. A doença, classificada como arbovirose, é transmitida pela picada de um mosquito específico, o Culicoides paraense, conhecido popularmente como maruim.
Enquanto dengue, zika e chikungunya são nomes familiares no Brasil, transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, é essencial ressaltar que os mosquitos do gênero Culex também podem ser vetores da doença. No ciclo selvagem, os hospedeiros incluem primatas, como o bicho-preguiça.
De acordo com Tatyana Amorim, diretora-presidente da FVS, a transmissão do vírus ocorre através da picada do mosquito infectado, ressaltando a necessidade da presença do mosquito maruim.
Não há registros de transmissão direta entre pessoas, e os sintomas mais comuns da febre oropouche englobam dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, tontura, náusea e diarreia.
O período de incubação do vírus é de quatro a oito dias, quando surgem os primeiros sinais. A manifestação dos sintomas costuma durar de cinco a sete dias, com casos de recuperação total que podem se estender por semanas, conforme destacado no alerta emitido pela FVS.
Tratamento
Embora os casos atuais de febre oropouche estejam concentrados principalmente em adultos jovens, com idades entre 20 e 59 anos, há registros confirmados em todas as faixas etárias.
É importante salientar que as arboviroses urbanas compartilham sinais clínicos muito similares, o que pode gerar confusão entre os profissionais de saúde.
Quanto ao tratamento, este consiste no uso de medicamentos para aliviar os sintomas e na aplicação de medidas de hidratação. Até o momento, não há vacinas ou antivirais disponíveis para a febre oropouche.