O Ministério da Saúde divulgou uma nota que anuncia a expansão da estratégia desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
A intenção é transformar a medida em política pública nacional para diminuir as populações do mosquito, especialmente em áreas urbanas grandes.
No dia 3 de julho, foi sancionada uma lei que estabelece protocolos para enfrentar a Dengue.
Estratégia de Combate ao Aedes aegypti
A estratégia gira em torno das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), que consistem em recipientes com água parada distribuídos em locais propícios à proliferação do Aedes aegypti.
As fêmeas são atraídas para depositar seus ovos, mas ao pousarem são interceptadas por um tecido sintético impregnado com o larvicida piriproxifeno.
A fórmula adere ao corpo das fêmeas, que o transportam para outros locais de reprodução, a fim de evitar o desenvolvimento dos ovos e larvas ali presentes.
O método será gradualmente ampliado pelo país e leva em consideração a capacidade das partes envolvidas nas esferas:
- Nacional;
- Estadual; e
- Municipal.
Inicialmente, o plano abrange 15 cidades selecionadas com base em critérios específicos, como:
- População superior a 100 mil habitantes;
- Alto registro de casos de dengue, chikungunya e zika nos últimos dois anos;
- Elevada presença do mosquito Aedes aegypti; e
- Disponibilidade de equipe técnica de campo.
Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs)
As EDLs representam uma inovação desenvolvida por pesquisadores da Fiocruz no Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA).
Em 2016, o Ministério da Saúde financiou os estudos para avaliar a estratégia enquanto buscava novas abordagens para controlar as populações de Aedes aegypti, em meio à eclosão de uma epidemia de zika.
Testes realizados até 2022 em 14 cidades brasileiras de diversas regiões demonstraram resultados promissores.
De acordo com pesquisadores, as fêmeas visitam vários criadouros. Os estudos indicam que, ao pousarem na armadilha, as fêmeas disseminam o larvicida em uma área que varia de 3 a 400 metros de raio.
Implementação
Conforme a nota informativa 25/2024, publicada recentemente pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, a implementação das EDLs segue cinco etapas:
- Manifestação de interesse dos municípios;
- Assinatura de acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde e Fiocruz;
- Validação da estratégia com as secretarias de saúde estaduais;
- Capacitação dos agentes locais; e
- Monitoramento da execução.
A implementação das novas tecnologias não exclui as intervenções tradicionais, que dependem não apenas da participação ativa dos agentes públicos, mas também da cooperação da população.
Ações educativas para eliminar o acúmulo de água parada dentro das residências, bem como as inspeções regulares dos órgãos de saúde para identificar focos, continuam sendo fundamentais.
Método Wolbachia
A Fiocruz indica e coordena o estudo do Método Wolbachia no Brasil desde 2015. Originário da Austrália e adotado em vários países, o método envolve a introdução de uma bactéria nos insetos que bloqueia a transmissão dos vírus aos humanos durante a picada.
Conforme o comunicado divulgado no ano passado, a introdução dessas tecnologias requer um plano de ação municipal e a determinação das áreas prioritárias, baseada na análise prévia das características epidemiológicas e socioambientais de cada região.
“Cabe destacar que as metodologias podem ser combinadas entre si, considerando os cenários complexos de transmissão das arboviroses e seus determinantes, objetivando maior efetividade e melhores resultados”, acrescenta o texto.
Novas tecnologias
No ano passado, o Ministério da Saúde mencionou as EDLs em um comunicado, a fim de propor a adoção de cinco novas tecnologias para combater arboviroses em municípios com mais de 100 mil habitantes.
Além disso, foram destacadas mais quatro tecnologias. Para monitorar a população do Aedes aegypti, recomenda-se o uso de ovitrampas, armadilhas projetadas para capturar insetos e permitir avaliações periódicas das populações em cada área.
A borrifação residual intradomiciliar recomenda-se em imóveis de alta circulação, como:
- Escolas;
- Centros comunitários;
- Centros de saúde;
- Igrejas; e
- Rodoviárias.
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*Com informações da Agência Brasil