O aumento significativo de casos de coqueluche na Europa nos primeiros seis meses de 2024 gerou um alerta abrangente que se estende além das fronteiras continentais.

Conforme dados do Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC), nos primeiros três meses de 2024, foram registrados mais de 32 mil casos na União Europeia.

Coqueluche no Brasil

O crescimento constante dos casos na Europa, registrado desde o ano passado, levanta preocupações sobre a possibilidade de uma situação semelhante surgir no Brasil em breve, conforme nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde no início de junho.

Até junho deste ano, o Ministério da Saúde registrou 115 casos da doença, em comparação aos 217 casos registrados ao longo de todo o ano passado.

De acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, foram confirmados 139 casos da doença no estado até 8 de junho, em contraste com os 16 casos reportados durante o ano passado inteiro.

“Os municípios realizam os registros, que são compilados pelos Estados, podendo ocasionar uma demora no envio e registro das informações em nível nacional”, disse o Ministério da Saúde, em nota.

Desta forma, entende-se que o sistema nacional incorporará novos dados nos próximos meses, o que resultará em um aumento no número de notificações.

Coqueluche na França

Às vésperas da Olimpíada, os casos de coqueluche dobraram na França. Conforme relatório recente emitido pela agência de saúde francesa Santé Publique, uma epidemia estabelecida no país foi confirmada.

A agência recomendou uma vigilância reforçada durante os Jogos Olímpicos de Paris, que começam em 26 de julho, com o propósito de alertar para a imprevisibilidade do pico e da duração do ciclo epidêmico.

O que é a coqueluche?

A coqueluche é uma infecção respiratória transmissível causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta principalmente o sistema respiratório.

A doença está presente em todo o mundo.

Coqueluche em bebês

Bebês de até 6 meses são os mais vulneráveis às formas graves da doença por não terem o esquema vacinal completo. As formas mais graves incluem:

  • infecções de ouvido;
  • pneumonia;
  • parada respiratória;
  • desidratação;
  • convulsão;
  • lesão cerebral e até óbito.

Sintomas e fases

De acordo com o Ministério da Saúde, pode-se classificar os sintomas da coqueluche em três níveis distintos:

  • Estágio inicial: a doença pode ser confundida com um resfriado comum. Os sintomas incluem mal-estar geral, coriza, tosse seca e febre baixa. Durante esse período, que pode durar semanas, há maior risco de transmissão da doença;
  • Estágio intermediário: os acessos de tosse se tornam mais frequentes e persistentes; e
  • Estágio avançado: a tosse se intensifica consideravelmente. A doença pode comprometer a respiração, bem como causar episódios de vômitos e extremo cansaço.

Normalmente, os sintomas da doença persistem por um período de seis a dez semanas e pode se estender por mais tempo.

O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a infecção e o início dos sintomas, varia de 4 a 21 dias, com uma média de 5 a 10 dias.

Transmissão

A doença é altamente transmissível, propaga-se através de:

  • Espirros;
  • Ao falar; e
  • Contato com uma pessoa contaminada por meio de gotículas de tosse.

Tratamento

O tratamento envolve o uso de antibióticos específicos, que devem ser prescritos por um profissional de saúde.

Prevenção

A vacinação é a principal forma para prevenir a coqueluche e está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças até 6 anos, gestantes e profissionais de saúde.

Conhecida como Pentavalente, a vacina protege não apenas contra a coqueluche, mas também contra difteria, tétano, hepatite B e influenza B.

O imunizante é administrado aos 2, 4 e 15 meses, com uma dose de reforço aos 4 anos de idade.

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