A recente classificação da mpox como emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) gerou especulações nas redes sociais sobre possíveis novos mega lockdowns.

No entanto, o órgão não recomendou a adoção de medidas de isolamento social em massa semelhantes às implementadas durante a pandemia de covid-19.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, no dia 14 de agosto, a emergência global de mpox em um vídeo de 53 minutos no canal oficial da pasta no YouTube. Contudo, em nenhum momento, Tedros sugere a implementação de lockdowns para conter a doença

“Encorajamos todos os países a ampliar a vigilância, compartilhar dados e trabalhar para compreender melhor a transmissão; a compartilhar ferramentas como vacinas; e a aplicar as lições aprendidas em emergências de saúde pública de interesse internacional anteriores”, escreveu, em seu perfil na rede social X, antigo twitter.  

A OMS também orienta que os governos fortaleçam a colaboração para a vigilância e gestão de casos de mpox em áreas fronteiriças, com foco na orientação para viajantes, e evitem restrições gerais que possam impactar o fluxo de pessoas e comércio.

Mpox X covid

Em Genebra, o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, fez uma nova declaração sobre a mpox.

Kluge afirmou que tanto a variante 1, responsável pelo recente surto na África, quanto a variante 2, que gerou a emergência global em 2022, não devem ser confundidas com uma nova pandemia de covid-19.

“Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo. Sabemos como controlar a mpox e – no continente europeu – os passos necessários para eliminar completamente a transmissão,” afirmou.

Brasil

O Ministério da Saúde estabeleceu, na quinta-feira (15), um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar a resposta ao surto de mpox no Brasil.

Embora o país tenha mantido a estabilidade no número de infecções desde 2023, o novo COE reforçará a vigilância e o planejamento para enfrentar a doença.

Em uma coletiva de imprensa em Brasília, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, explicou que o comitê se concentrará na análise técnica e na organização necessária para gerenciar a emergência.

Vacinas

Além disso, o ministério está negociando com a Organização Pan-Americana da Saúde a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a mpox.

Vale lembrar que, durante o primeiro surto global, no ano passado, a Anvisa autorizou o uso emergencial da vacina Jynneos. Isso ocorreu porque o imunizante não estava licenciado no Brasil.

Esta autorização teve sua renovação em fevereiro deste ano, mas está prestes a expirar novamente. O ministério, portanto, já solicitou uma nova renovação.

Por fim, em relação à vacinação, a ministra Nísia Trindade esclareceu que o imunizante será utilizado apenas em casos excepcionais.

“Nós vacinamos, no Brasil, com uma licença especial da Anvisa, em casos muito excepcionais. A vacinação nunca será uma estratégia em massa pra mpox. É importante dizer, pra que a população não se sinta desprotegida por não ter uma vacina. Essa vacina tem alguns limites, é uma estratégia usarão de uma forma muito seletiva”, disse.

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*Com informações da Agência Brasil