A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, recentemente, o surto de mpox na África como uma emergência de saúde pública global. Somente na República Democrática do Congo, foram registrados mais de 15,6 mil casos e mais de 500 mortes em 2024.
A alta taxa de mortalidade da mpox é atribuída ao clado 1, uma variante do vírus que é mais transmissível e severa do que o clado 2, responsável pelo surto de 2022.
Em setembro de 2023, profissionais identificaram na República Democrática do Congo uma subvariante ainda mais perigosa, o clado 1B, que está se espalhando para países vizinhos como Ruanda, Uganda e Quênia.
Taxa de mortalidade da mpox
Em entrevista, o diretor do Laboratório de Virologia Clínica da Mayo Clinic, Matthew Binnicker, destacou que, em surtos anteriores do clado 1, a taxa de mortalidade atingiu até 10%.
“Isso quer dizer que, de todos os indivíduos infectados, estima-se que cerca de 10% possam morrer da infecção”, disse.
Conforme informações, a taxa de letalidade do clado 1B oscila entre 3% e 10%. No entanto, é preciso considerar o contexto do surto.
“Se a mpox se tornar um surto em nações mais desenvolvidas, como Europa, Estados Unidos e Brasil, onde há sistemas de saúde melhores e medicamentos disponíveis, é esperado que a taxa de mortalidade seja mais baixa. O que estamos vendo na África, provavelmente, é a extremidade superior do que veríamos em outras nações”, esclarece.
Por outro lado, o clado 2, responsável pelo surto de 2022, apresentou uma taxa de mortalidade significativamente menor, entre 0,1% e 0,5%.
“É uma taxa de mortalidade muito menor em comparação com o clado 1”, afirma Binnicker.
Quem está mais vulnerável à morte pela doença?
De acordo com a OMS, indivíduos com imunossupressão têm um risco elevado de desenvolver formas graves de mpox e de falecer devido à doença. Pessoas com HIV em estágio avançado também enfrentam um risco aumentado de óbito em casos graves, segundo a pasta.
No entanto, o órgão ressalta que pessoas com HIV que conseguem controlar a carga viral por meio de tratamento antirretroviral não apresentam um risco maior de mpox grave em comparação com a população geral.
Gestantes também estão expostas a desenvolver quadros graves de mpox. Além disso, podem enfrentar complicações de saúde relacionadas à doença, uma vez que a gestação implica um estado de imunossupressão
Mpox X covid
Em Genebra, o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, fez uma nova declaração sobre a mpox.
Kluge afirmou que as pessoas não devem confundir a variante 1, responsável pelo recente surto na África, e a variante 2, que gerou a emergência global em 2022, com uma nova pandemia de covid-19.
“Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo. Sabemos como controlar a mpox e – no continente europeu – os passos necessários para eliminar completamente a transmissão,” afirmou.
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*Com informações do CNN