Diante do aumento constante da fumaça nos municípios do Amazonas (AM), a adoção de medidas preventivas se torna essencial para preservar a saúde pública. Nesse sentido, o infectologista Noaldo Lucena analisou os principais riscos associados e forneceu orientações para reduzir os impactos na saúde.

Em entrevista, o especialista destacou que a fumaça contém partículas prejudiciais, como metais pesados, que podem provocar sintomas como tosse, dor de cabeça e náuseas quando inaladas. No entanto, os grupos mais vulneráveis são crianças de 4 a 5 anos, idosos com mais de 60 anos e pessoas com doenças crônicas.

“O impacto é maior em pessoas nas extremidades de idade e em quem tem doenças crônicas, que tendem a apresentar, num momento dramático como esse, mais sintomas que as outras,” explicou.

Impactos da exposição à fumaça a longo prazo

Lucena destacou que a exposição contínua à fumaça pode intensificar condições respiratórias, como asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Além disso, esses problemas podem levar a sintomas graves, como:

  • Dor no peito;
  • Dificuldade para respirar; e
  • Em situações extremas, intoxicação.

Para garantir a proteção, o infectologista sugere que as pessoas se mantenham em casa sempre que possível. Quando a saída for necessária, recomenda-se o uso de máscaras adequadas, preferencialmente N95, que oferecem melhor proteção contra partículas finas na fumaça.

“Tem partículas desde 5 μm/m³ (micrómetro por metro cúbico de AR) e assim a boa máscara cirúrgica pode ser utilizada, mas a ideal mesmo é que seja usada a N95 que protege de partículas menores do 5, que são muito perigosas e podem alcançar terminações pulmonares”, orientou.

Cuidados com a saúde em casa

Em ambientes internos, Lucena recomenda manter as janelas fechadas e utilizar umidificadores, se disponíveis, para aprimorar a qualidade do ar.

O especialista também aconselha evitar banhos frequentes com sabão para prevenir o ressecamento da pele e assegurar uma adequada hidratação, com a ingestão diária de 35 a 45 ml de água por quilo de peso corporal.

Para quem já apresenta sintomas como ressecamento na garganta e no nariz, é aconselhada a lavagem com soro fisiológico, e o uso de colírio para os olhos irritados.

Ademais, Lucena destacou a importância de cuidar dos animais de estimação, mantendo-os hidratados com água fresca e, se possível, com gelo para ajudar no resfriamento.

Queimadas no Amazônia

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 26 de agosto de 2024, foram registrados 109.943 focos de incêndio em todo o território nacional, o que representa um aumento de 78% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram contabilizados 61.720 focos.

A distribuição dos incêndios por biomas indica uma situação crítica. A Amazônia é a mais atingida. O maior bioma do país concentra quase metade dos focos de queimadas, com 47% do total.

O estado do Amazonas está entre os três mais impactados pela fumaça, com cerca de 13 mil focos de incêndio.

Portal Norte traz as últimas notícias do Norte do Brasil, cobrindo Amazonas, Brasília, Acre, Roraima, Tocantins e Rondônia. Fique atualizado com nosso conteúdo confiável.

*Com informações do G1