O Brasil está enfrentando uma significativa queda nas taxas de vacinação infantil, um problema que se agrava desde 2016 e foi intensificado pela pandemia de Covid-19. Um estudo recente revela que um em cada quatro pais não conseguiu vacinar seus filhos, mesmo após ir a um posto de saúde, refletindo um aumento na “hesitação vacinal” e impacto na decisão de retorno aos centros de vacinação.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e publicado na revista Epidemiologia e Serviços de Saúde em 23 de agosto, destaca a desigualdade racial no acesso à vacinação.
Entre os pais brancos, a taxa de não vacinação é de 17%, enquanto entre os pais negros, esse número ultrapassa 29%. Além disso, 7% dos responsáveis relatam dificuldades para levar seus filhos pequenos ao posto de saúde, com essa probabilidade sendo 75% maior entre a população negra comparada à branca.
O estudo também revelou que crianças cujas mães são negras ou pardas têm maior probabilidade de enfrentar dificuldades para completar o esquema vacinal nos primeiros cinco e 12 meses de vida. As dificuldades relatadas incluem falta de tempo e problemas de transporte, que impactam diretamente o acesso e a adesão à vacinação.
Microplanejamento para ampliar vacinação
Em 2023, o Ministério da Saúde adotou diversas estratégias para ampliar a cobertura vacinal em todo o Brasil, resultando em um aumento significativo nas taxas de vacinação para oito vacinas recomendadas para crianças de um ano.
Para 2024, o plano era intensificar o microplanejamento, com o objetivo de garantir que estados e municípios, incluindo os mais remotos, desenvolvam seus próprios planos de vacinação.
O infectologista Eder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, explicou ao Futuro da Saúde que “em 2024, vamos fortalecer o microplanejamento da vacinação, que foi implementado pela primeira vez em 2023. Realizaremos visitas técnicas a estados e municípios para assegurar que aqueles que já adotaram essa estratégia continuem a avançar e que os que ainda não a implementaram adequadamente possam adotar o microplanejamento.”
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*Com informações da Agência Einstein e IstoÉ