O aumento das queimadas em diversas regiões do Brasil tem gerado preocupações sérias com a qualidade do ar e a saúde da população. Além dos problemas respiratórios, um dos efeitos mais frequentes que têm levado muitas pessoas aos postos de saúde é o olho seco.
Essa condição, já comum em períodos de baixa umidade, se agrava ainda mais com a presença constante de fumaça e micropartículas de poeira no ar. O olho seco não é apenas um desconforto temporário causado pelo ambiente.
Em alguns casos, ele pode evoluir para uma condição mais grave, conhecida como síndrome do olho seco, que afeta a produção e a qualidade das lágrimas.
O que causa o olho seco?
O olho seco pode ser desencadeado por diversos fatores, sendo o clima seco um dos principais vilões. Em situações de baixa umidade do ar, como as que estamos enfrentando recentemente, a produção natural de lágrimas diminui.
As micropartículas de poeira e fuligem, presentes em maior concentração no ar, entram em contato com os olhos e pioram ainda mais a situação, causando irritações e alergias oculares.
Além disso, o aumento da temperatura e a exposição constante a ventiladores e ar-condicionado, comuns nessa época do ano, também favorecem a evaporação das lágrimas, o que agrava o quadro de olho seco.
Quem está mais sujeito ao olho seco?
Embora o olho seco possa afetar qualquer pessoa, certos grupos têm uma predisposição maior a desenvolver essa condição. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, os principais grupos de risco incluem:
- Idosos: a produção de lágrimas tende a diminuir naturalmente com o envelhecimento.
- Mulheres, especialmente após a menopausa: mudanças hormonais podem afetar a produção de lágrimas.
- Pessoas com doenças autoimunes, como artrite reumatoide, diabetes e problemas de tireoide.
- Usuários de lentes de contato: o uso prolongado de lentes pode ressecar os olhos.
- Pessoas que passam muito tempo em frente a telas (computador, celular, televisão), um hábito que pode causar fadiga ocular e olho seco.
- Exposição constante a ambientes com fumaça e ar seco, como o que estamos vivendo em decorrência das queimadas.
Sintomas do olho seco
Os sintomas do olho seco variam de pessoa para pessoa e podem incluir:
- Sensação de ardência;
- Coceira constante nos olhos;
- Vermelhidão;
- Visão embaçada, que melhora ao piscar;
- Sensibilidade à luz;
- Sensação de ter algo dentro dos olhos (como um grão de areia).
Em casos mais graves, o olho seco pode causar inflamações na superfície ocular. Por isso, é essencial não ignorar os sintomas e procurar ajuda médica, se necessário.
Como evitar o olho seco
A prevenção e o cuidado com o olho seco passam, primeiramente, pela consulta a um oftalmologista. Somente o profissional poderá avaliar a produção de lágrimas e identificar se a secura ocular é causada pelo ambiente ou se há uma condição de saúde mais complexa envolvida.
Algumas práticas que podem ajudar a aliviar os sintomas do olho seco incluem:
- Uso de colírios lubrificantes: conhecidos como lágrimas artificiais, eles ajudam a manter os olhos hidratados e protegidos.
- Umidificação do ambiente: usar umidificadores de ar ou até mesmo colocar bacias de água espalhadas pela casa pode ajudar a combater o ar seco.
- Hidratação: manter o corpo bem hidratado ajuda na produção de lágrimas.
- Evitar exposição ao vento, fumaça e ar seco: se possível, evite ambientes muito poluídos ou com ar seco, que possam agravar os sintomas.
- Pausas frequentes durante o uso de telas: aplicar a regra 20-20-20, que consiste em fazer uma pausa de 20 segundos a cada 20 minutos e olhar para algo que esteja a cerca de seis metros de distância, pode ajudar a aliviar a fadiga ocular.
- Cuidados com a higiene dos olhos: evite coçar os olhos e, se for necessário tocá-los, lave bem as mãos antes. Isso ajuda a prevenir infecções.
Quando procurar um médico?
Se os sintomas de olho seco persistirem ou se agravarem, é importante buscar um oftalmologista. O médico poderá realizar exames como o teste de Schirmer, que mede a produção de lágrimas, ou o teste de osmolaridade, que avalia a qualidade da lágrima.
Dependendo dos resultados, o tratamento pode variar desde o uso de colírios até a prescrição de medicamentos mais específicos.
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