A fumaça de incêndios florestais e a poluição, como as observadas no Brasil, aumentam o risco de transtornos mentais em jovens. Essa é a conclusão de um novo estudo da Universidade do Colorado em Boulder, publicado no jornal acadêmico Environmental Health Perspectives.

Pesquisas anteriores já indicavam que partículas finas (PM), com menos de 2,5 micrômetros, presentes em ambientes poluídos, podem atravessar a barreira hematoencefálica, que protege o sistema nervoso de substâncias tóxicas.

Essas partículas podem causar inflamações nos tecidos, danificar células e provocar mudanças cerebrais tanto imediatas quanto de longo prazo.

Além de prejudicar pulmões e coração, a poluição atmosférica também afeta a cognição e o comportamento humano. Estudos anteriores já mostraram que dias com alta poluição aumentam internações hospitalares por depressão, tentativas de suicídio e episódios psicóticos em adultos.

O estudo

No entanto, o novo estudo é um dos primeiros a examinar os efeitos em pré-adolescentes. A equipe do pesquisador Harry Smolker, do Instituto de Ciência Cognitiva da universidade, analisou dados de 10 mil crianças, com idades entre 9 e 11 anos, como parte do Estudo de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro Adolescente.

Os pesquisadores compararam os endereços dos participantes com dados de qualidade do ar e determinaram quantos dias em 2016 essas crianças foram expostas a níveis de partículas acima de 35 microgramas por metro cúbico, limite considerado perigoso pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

Como resultado, um terço das crianças estudadas teve ao menos um dia de exposição acima do limite.

Um dos participantes chegou a enfrentar 173 dias de poluição elevada, com o nível mais alto registrado em 199 microgramas/m³, cinco vezes o nível considerado seguro.

Fonte: Giz Modo.

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