Todos os anos, entre os meses de julho e setembro, Brasília é palco de um cenário já familiar, mas preocupante: as queimadas.

O clima seco e a baixa umidade do ar favorecem a propagação do fogo, agravando o problema que, além de destruir parte significativa do Cerrado, afeta diretamente a saúde da população.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que, em setembro de 2024, o número de focos de incêndio na região já ultrapassou os índices dos anos anteriores.

A fumaça resultante dessas queimadas é composta por uma mistura de gases tóxicos, que, quando inalados, podem causar problemas respiratórios, irritações nos olhos e na pele, além de agravar doenças pré-existentes como asma e bronquite.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal alerta especialmente para os grupos mais vulneráveis, incluindo crianças, idosos e pessoas com condições respiratórias.

Médicos têm registrado um aumento no número de atendimentos de emergência. Pacientes têm relatado sintomas como tosse, dor de cabeça, ardência nos olhos, falta de ar e fôlego curto.

A fumaça das queimadas libera partículas nocivas que se depositam nos pulmões e nas vias aéreas superiores, causando ressecamento dos olhos e dificultando a respiração.

Isso pode agravar condições respiratórias existentes, como asma e bronquite crônica, além de provocar doenças como faringite e sinusite.

“Quando respiramos a fumaça das queimadas, as partículas vão se depositar no pulmão, nas vias aéreas superiores do nariz, na garganta e causa também ressecamento dos olhos. Isso pode levar a dificuldade em respirar, descompensação de doenças respiratórias, como asma, bronquite crônica e enfisema pulmonar, além de poder causar faringite, rinite, sinusite e broncopneumonia, por causa do acúmulo de secreção”, destacou a pneumologista Gilda Elizabeth, do Hospital Brasília Águas Claras.

A especialista ainda recomenda cuidados simples para minimizar os efeitos da fumaça: manter-se bem hidratado, usar umidificadores, instilar soro fisiológico no nariz, aplicar colírios para lubrificação ocular e evitar exercícios ao ar livre.

Em casos de dificuldade extrema para respirar, é fundamental procurar atendimento de emergência, especialmente se os sintomas persistirem.

As pessoas “devem buscar a emergência quando têm muita dificuldade em respirar, por exemplo, mesmo já tendo tomado todos os cuidados que podiam ou quando os sintomas respiratórios persistem dificultando ou impossibilitando as atividades de vida diária. A ajuda médica à nível ambulatorial deve ser procurada quando surge um sintoma que antes não havia e está incomodando, com isso evitando a automedicação”, destacou Gilda.

Também é importante que a população evite aglomerações e mantenha as janelas fechadas para proteger a saúde, garantindo um ambiente seguro durante essa crise ambiental.

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