Um surto de botulismo foi identificado na Bahia, resultando em duas mortes e seis casos confirmados em três cidades no norte do estado. Os primeiros casos foram detectados em setembro e, até o momento, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) está investigando a relação dos surtos com a ingestão de mortadela de frango.

Dos seis casos confirmados, quatro pacientes relataram ter consumido o alimento antes de apresentar os sintomas. A marca da mortadela não foi divulgada.

Os casos suspeitos estão sendo monitorados desde agosto, e a Bahia já contabiliza quatro ocorrências a mais em comparação com o ano passado, que teve dois registros. Até o momento, as mortes ocorreram em Campo Formoso, enquanto outros pacientes estão em tratamento em Salvador.

O que é o botulismo?

O botulismo é uma doença grave, rara e de alta letalidade, causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Apesar de não ser contagiosa, a doença pode ocorrer de forma rápida e devastadora, principalmente por meio da ingestão de alimentos contaminados ou, menos frequentemente, por ferimentos infectados pela bactéria.

A toxina botulínica interfere no funcionamento do sistema nervoso, afetando o controle dos músculos, o que pode levar à paralisia, incluindo paralisia respiratória. Se não tratada rapidamente, pode ser fatal.

Sintomas e complicações

Os sintomas de botulismo costumam surgir entre 12 e 36 horas após a exposição à toxina, mas em alguns casos, podem aparecer até dias depois. Entre os sinais iniciais estão:

  • Visão turva;
  • Queda das pálpebras;
  • Flacidez da musculatura facial;
  • Dificuldade para engolir.

Esses sintomas vão progredindo, atingindo os músculos do corpo de cima para baixo, até que a toxina afete os músculos respiratórios, o que pode levar à insuficiência respiratória. Caso o paciente não receba suporte em uma unidade de terapia intensiva (UTI), a insuficiência respiratória pode ser fatal.

Outras complicações do botulismo incluem:

  • Dificuldade para falar;
  • Fraqueza muscular prolongada;
  • Pneumonia por aspiração;
  • Infecções secundárias;
  • Problemas no sistema nervoso.

Tratamento do botulismo

O tratamento do botulismo deve ser imediato e envolve a administração de antitoxina, que bloqueia a ação da toxina que ainda não se fixou nas células nervosas. No entanto, a recuperação total pode levar semanas ou até meses, com necessidade de cuidados intensivos, como ventilação mecânica em casos de insuficiência respiratória.

Prevenção

A prevenção do botulismo está relacionada, principalmente, à manipulação adequada de alimentos e à higiene. Confira as principais orientações para evitar a contaminação:

  • Higiene no preparo de alimentos: Lave e desinfete superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos.
  • Cuidados com a água: Trate a água para consumo com filtros, fervura ou adição de solução de hipoclorito de sódio.
  • Conservas e enlatados: Evite o consumo de alimentos em conserva que apresentem latas estufadas ou amassadas, embalagens danificadas ou com alterações no cheiro e na aparência.
  • Origem dos produtos: Prefira sempre alimentos de fontes confiáveis e evite produtos de origem desconhecida.
  • Armazenamento correto: Mantenha alimentos refrigerados, não os deixe em temperatura ambiente e reaqueça bem as sobras antes de consumir.
  • Fervura de alimentos: Ferva os alimentos por pelo menos 10 minutos para inativar a toxina.

Essas medidas são fundamentais para evitar o crescimento e a produção da toxina botulínica, especialmente em alimentos malconservados ou preparados em condições inadequadas.

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