O botulismo é uma doença rara, mas extremamente grave, causada pela toxina da bactéria Clostridium botulinum.

Essa bactéria pode contaminar diversos tipos de alimentos e, se ingerida, provoca sérios riscos à saúde, podendo levar até à morte.

De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, seis casos de botulismo foram registrados no estado neste ano, com duas mortes confirmadas.

Diante desse cenário, é essencial entender quais alimentos têm maior risco de contaminação e como prevenir essa intoxicação alimentar.

O que é o botulismo?

O botulismo é causado pela ingestão de alimentos contaminados com a toxina da Clostridium botulinum. Essa toxina pode afetar o sistema nervoso, provocando paralisia e outros sintomas graves.

A doença não é contagiosa e, portanto, não se espalha de uma pessoa para outra. Entretanto, sua gravidade está na forma rápida como os sintomas se manifestam.

A bactéria responsável pelo botulismo pode estar presente em ambientes de baixa oxigenação, como em alimentos mal conservados ou enlatados, e se desenvolve em condições inadequadas de armazenamento ou processamento.

Alimentos com maior risco de contaminação por botulismo

Segundo o Ministério da Saúde, alguns alimentos têm maior propensão a serem contaminados pela toxina do botulismo, especialmente se forem mal conservados ou não passarem por um processo adequado de produção. Abaixo, listamos os principais alimentos com maior risco de contaminação:

  1. Conservas vegetais: alimentos como palmito, picles e pequi, especialmente os caseiros, podem apresentar risco se não forem processados adequadamente. A falta de controle na esterilização favorece o ambiente ideal para o desenvolvimento da Clostridium botulinum.
  2. Carnes defumadas e curadas: produtos como salsichas, presuntos e “carne de lata” (carne conservada em gordura) são outros alimentos que podem estar contaminados. Esses produtos, se não forem submetidos a técnicas adequadas de processamento e armazenamento, correm o risco de desenvolver a toxina do botulismo.
  3. Pescados defumados e salgados: peixes que passam por processos de defumação ou salga também estão na lista de alimentos de risco, uma vez que esses métodos podem não ser suficientes para eliminar os esporos da bactéria.
  4. Queijos e pastas de queijo: alimentos derivados de leite, como queijos frescos ou processados de forma artesanal, podem ser contaminados se não forem armazenados corretamente. A fermentação inadequada ou o uso de ingredientes contaminados pode contribuir para a proliferação da bactéria.
  5. Alimentos enlatados industrializados: embora casos de contaminação por botulismo em alimentos industrializados sejam raros, não é impossível. O Ministério da Saúde alerta que, apesar de os processos de fabricação serem controlados, latas com danos, estufadas ou com vazamento devem ser evitadas, pois indicam risco de contaminação.

Sintomas do botulismo

Os sintomas do botulismo podem se manifestar de maneira diversa, dependendo da forma da doença (alimentar, intestinal ou por ferimentos). Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dores de cabeça e vertigem;
  • Náuseas e vômitos;
  • Dificuldade para respirar;
  • Comprometimento da visão (visão dupla ou turva);
  • Paralisia dos músculos respiratórios e dos membros;
  • Diarreia ou constipação.

No caso do botulismo por ferimentos, febre e dores intensas no local do ferimento são sintomas frequentes, embora os sintomas gastrointestinais sejam mais associados às formas alimentar e intestinal.

Prevenção e tratamento

A principal forma de prevenção contra o botulismo é garantir que os alimentos sejam corretamente conservados e preparados.

No caso de conservas caseiras, por exemplo, é importante realizar um processo adequado de esterilização e armazenamento para eliminar os esporos da bactéria.

Já em relação aos alimentos industrializados, a atenção deve estar na integridade das embalagens e na procedência dos produtos.

Caso os sintomas de botulismo se manifestem, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente.

O tratamento envolve o uso de soro antibotulínico, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que neutraliza a toxina no organismo, além de cuidados intensivos, como suporte respiratório.

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