A Bahia enfrenta uma situação alarmante com o registro do sexto caso de botulismo em 2024, confirmado pela Vigilância Epidemiológica na última quarta-feira (25).
Desde o início do ano, a doença já causou a morte de duas pessoas, enquanto três continuam hospitalizadas e apenas um paciente recebeu alta. Os casos se concentram nos municípios de Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Cícero Dantas.
As autoridades suspeitam que a contaminação tenha ocorrido por meio da ingestão de mortadela de frango contaminada. Em 2023, a Bahia registrou dois casos de botulismo, ambos em Feira de Santana.
Em um vídeo publicado no site da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, a coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis, Eleuzina Falcão, alertou que um único caso já é considerado um surto, dada a gravidade da doença.
O que é botulismo?
De acordo com o Ministério da Saúde, o botulismo é uma doença neuroparalítica rara e não contagiosa, provocada pela toxina altamente potente da bactéria Clostridium botulinum. Essa condição pode resultar em morte, principalmente devido à paralisia da musculatura respiratória.
É fundamental destacar que todas as formas de botulismo representam riscos sérios à saúde e podem ser fatais se não tratadas de forma adequada. A manifestação de qualquer sintoma exige a busca imediata de assistência médica. No Brasil, a maioria dos casos registrados está relacionada à contaminação alimentar.
Principais formas de transmissão
- Botulismo alimentar: intoxicação provocada pela ingestão de toxinas provenientes de alimentos contaminados que foram inadequadamente produzidos ou armazenados;
- Botulismo intestinal: se caracteriza pela viabilidade dos esporos presentes em alimentos contaminados, que se fixam e multiplicam no intestino;
- Botulismo por Ferimentos: é uma das formas mais raras da doença e origina-se da contaminação de feridas por C. botulinum; e
- Botulismo Infantil: é uma variante do botulismo intestinal, com maior incidência em crianças entre 3 e 26 semanas de idade. O consumo de mel de abelha nas primeiras semanas de vida é uma das principais causas associadas a esse tipo de botulismo.
Sintomas
- Dores de cabeça;
- Vertigem;
- Tontura;
- Sonolência;
- Visão turva;
- Visão dupla;
- Diarréia;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Dificuldade para respirar;
- Paralisia descendente da musculatura respiratória, braços e pernas;
- Comprometimento de nervos cranianos;
- Prisão de ventre; e
- Infecções respiratórias.
Prevenção do botulismo
A prevenção do botulismo está diretamente relacionada aos cuidados no preparo, consumo, distribuição e comercialização de alimentos.
A higiene adequada dos alimentos e das mãos é essencial nesse processo. Para minimizar o risco de contaminação pela bactéria causadora do botulismo, é essencial que a população adote rigorosas medidas preventivas.
Diagnóstico
O diagnóstico inicia-se com um exame físico realizado pelo médico durante a consulta. Após essa avaliação inicial, o profissional pode solicitar exames neurológicos, de imagem e laboratoriais adicionais para aprofundar a investigação e confirmar o diagnóstico.
Tratamento
O tratamento do botulismo envolve duas abordagens principais: o tratamento de suporte e o tratamento específico, detalhados no Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica do Botulismo.
- Tratamento de suporte: as intervenções gerais para suporte e monitoramento cardiorrespiratório são fundamentais no manejo da doença; e
- Tratamento específico: busca eliminar a toxina presente no organismo e sua fonte de produção. Para isso, são utilizados o soro antibotulínico (SAB) e antibióticos. O SAB é disponibilizado exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mediante notificação do caso suspeito em formulário específico.
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