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Marburg: entenda o vírus que já causou a morte de 11 pessoas na Ruanda

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No momento, não há tratamentos específicos ou vacinas disponíveis para a doença de Marburg - Foto: Reprodução/Science Resource/Governo SC.

Um surto do vírus Marburg em Ruanda resultou na morte de pelo menos 11 pessoas, conforme informações do Ministério da Saúde local.

Desde a confirmação do primeiro caso na última sexta-feira (27), diagnosticaram 31 indivíduos com a doença, e atualmente, 19 pacientes estão recebendo tratamento em isolamento.

A pasta enfatizou que as atividades de rastreamento e testagem das pessoas que tiveram contato com os infectados estão em andamento. Entre as medidas de prevenção recomendadas estão a evitação de contato próximo com indivíduos sintomáticos e a intensificação das práticas de higiene.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o vírus Marburg é altamente virulento e pode causar febre hemorrágica, com uma taxa de mortalidade que pode atingir 88%.

“Muitos pacientes desenvolvem sintomas hemorrágicos graves em um período de sete dias. O vírus é transmitido a humanos por morcegos frugívoros e se espalha de pessoa para pessoa por meio do contato direto com fluidos corporais de pacientes infectados, além de superfícies e materiais contaminados”, explica o ministério.

O que é o vírus Marburg?

O vírus Marburg é responsável pela doença de Marburg, uma condição severa com taxas de letalidade que podem atingir 88% na ausência de tratamento adequado. O vírus faz parte da família Filoviridae e é considerado um “primo próximo” do vírus do ebola, embora seja menos letal.

As manifestações clínicas das doenças causadas por esses vírus são semelhantes, e ambas são consideradas raras. Em surtos restritos, como o que ocorre atualmente, a preocupação aumenta devido à alta taxa de contágio e letalidade associadas a essas infecções.

Transmissão

A transmissão do vírus se dá principalmente através do morcego egípcio (Rousettus aegyptiacus), identificado como seu hospedeiro natural. A infecção em humanos pode ocorrer inicialmente pela exposição prolongada a ambientes frequentados por esses morcegos, como minas e cavernas.

Durante os primeiros surtos, a presença do vírus também foi observada em macacos verdes africanos.

Além da contaminação inicial, a transmissão entre humanos ocorre pelo contato direto com fluidos corporais, como sangue, de indivíduos infectados, bem como pelo manuseio de superfícies e materiais contaminados, como roupas e toalhas.

Vale ressaltar que pessoas infectadas podem transmitir o vírus enquanto a carga viral estiver presente no sangue. O período de incubação, que é o tempo entre a infecção e o surgimento dos sintomas, é geralmente de dois dias, mas pode apresentar variações.

Sintomas e complicações do vírus

A doença de Marburg se manifesta com febre intensa e de início repentino, acompanhada de dor de cabeça e mal-estar geral. Com a progressão da infecção, que geralmente ocorre após o terceiro dia, surgem outros sinais, incluindo:

Complicações adicionais podem incluir icterícia, caracterizada pela coloração amarelada dos olhos e da pele, inflamação do pâncreas, insuficiência hepática e disfunção de múltiplos órgãos.

Sem o suporte médico adequado, a doença pode levar ao óbito entre oito e nove dias após o início dos sintomas, principalmente em razão da intensa perda de sangue e choque.

Tratamento

No momento, não há tratamentos específicos ou vacinas disponíveis para a doença de Marburg. O único método eficaz é a terapia de suporte, que visa amenizar os sintomas e reduzir o risco de complicações graves.

A terapia de suporte inclui a reidratação por meio de fluidos orais ou intravenosos, além do tratamento de sintomas específicos, o que pode reduzir significativamente as taxas de mortalidade associadas à doença.

Pesquisadores ainda estão desenvolvendo medicamentos para combater o vírus Marburg. Anticorpos monoclonais e antivirais também têm sido testados em estudos clínicos voltados ao vírus Ebola.

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