A estação central de trens de Hamburgo, na Alemanha, foi temporariamente fechada, na última quarta-feira (2), devido à suspeita de infecção pelo vírus Marburg em dois passageiros que haviam chegado recentemente de Ruanda.

A situação mobilizou as autoridades locais e serve como um alerta para os viajantes que pretendem visitar áreas internacionais, especialmente aquelas impactadas por surtos de doenças.

Desde que o primeiro caso foi confirmado na última sexta-feira (27), foram registradas pelo menos 11 mortes. No total, identificaram-se 31 infecções, e 19 pacientes estão atualmente em isolamento.

O que é o vírus Marburg?

O vírus Marburg é o agente causador da doença de Marburg, uma enfermidade grave com taxas de letalidade que podem chegar a 88% sem tratamento adequado. Este vírus pertence à família Filoviridae e é considerado um “primo próximo” do vírus Ebola, embora tenha uma letalidade inferior.

As manifestações clínicas das infecções causadas por esses vírus apresentam semelhanças, e ambos são classificados como doenças raras. A atual ocorrência de surtos restritos gera preocupação devido à elevada taxa de transmissão e letalidade associadas a essas infecções.

Transmissão

A transmissão do vírus ocorre principalmente através do morcego egípcio (Rousettus aegyptiacus), considerado seu hospedeiro natural. A infecção em humanos pode resultar da exposição prolongada a ambientes onde esses morcegos habitam, como minas e cavernas.

Nos primeiros surtos da doença, profissionais identificaram o vírus também em macacos verdes africanos.

Além da contaminação inicial, a transmissão entre humanos se dá pelo contato direto com fluidos corporais, como sangue, de indivíduos infectados. Também é possível a contaminação pelo manuseio de superfícies e materiais contaminados, incluindo roupas e toalhas.

É importante destacar que pessoas infectadas podem transmitir o vírus enquanto a carga viral estiver presente no sangue. O período de incubação geralmente dura cerca de dois dias.

Sintomas e complicações do vírus Marburg

A doença de Marburg se apresenta inicialmente com febre alta e súbita, acompanhada de dor de cabeça e mal-estar generalizado. À medida que a infecção avança, geralmente a partir do terceiro dia, surgem outros sintomas, como:

  • Dores musculares;
  • Diarreia intensa e líquida;
  • Dor abdominal e cólicas;
  • Náuseas e vômitos;
  • Desidratação;
  • Letargia extrema;
  • Sangramento pelas vias aéreas e gengivas; e
  • Presença de sangue no vômito e nas fezes.

Além desses sinais, podem ocorrer complicações como icterícia, que se manifesta pela coloração amarelada dos olhos e da pele, inflamação do pâncreas, insuficiência hepática e disfunção de múltiplos órgãos.

Sem a assistência médica adequada, a doença de Marburg pode ser fatal entre oito e nove dias após o início dos sintomas, em decorrência da significativa perda de sangue e do choque.

Tratamento

Atualmente, não existem tratamentos específicos ou vacinas disponíveis para a doença de Marburg. O tratamento recomendado é a terapia de suporte, que busca aliviar os sintomas e minimizar o risco de complicações severas.

Essa terapia inclui a reidratação por meio de fluidos orais ou intravenosos, bem como intervenções para tratar sintomas específicos, o que pode levar a uma redução significativa nas taxas de mortalidade associadas à doença.

Por fim, pesquisadores estão em busca de medicamentos para combater o vírus Marburg. Entre as opções em desenvolvimento, destacam-se os anticorpos monoclonais e antivirais, que pesquisadores têm testado em estudos clínicos relacionados ao vírus Ebola.

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