Segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), em 2023, o Brasil alcançou a meta de cobertura vacinal recomendada para algumas vacinas infantis, mas outras ainda estão longe do ideal.

As vacinas BCG (116,8%) e hepatite B (107%) superaram as expectativas do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

No entanto, a tríplice viral D2 (73,1%), febre amarela (79,8%), varicela (80,5%) e hepatite A (83,1%) não atingiram os níveis necessários para garantir total proteção à população infantil.

O quadro preocupa as autoridades, pois a cobertura incompleta indica que muitas crianças ainda não estão totalmente protegidas contra doenças graves.

Isso se deve, em parte, ao abandono do ciclo vacinal: muitas recebem a primeira dose, mas não retornam para concluir o esquema.

As maiores taxas de abandono observadas pela SES-DF foram para as vacinas tríplice viral (18%), penta (7,8%) e VIP – Vacina Inativada Poliomielite 1, 2 e 3 – (8,4%).

Para reverter o cenário, no Distrito Federal, a SES-DF intensificou as ações de vacinação em escolas. No primeiro semestre de 2023, mais de 1,9 mil doses foram aplicadas em instituições de ensino, abrangendo desde o jardim de infância até o ensino médio.

Esse esforço contribuiu para a melhoria nas taxas de vacinação, embora algumas metas ainda estejam pendentes.

Um estudo divulgado em junho pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) também trouxe boas notícias: o número de crianças não vacinadas no Brasil caiu, retirando o país da lista dos 20 com mais crianças sem imunização.

Na época, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância do avanço, ressaltando que o Brasil enfrentava uma queda crescente nas coberturas vacinais desde 2016.

O investimento no setor cresceu significativamente: em 2023, foram destinados mais de R$ 6,5 bilhões para apoiar estados e municípios na compra de vacinas.

Para este ano, a previsão é de R$ 10,9 bilhões, além de R$ 150 milhões anuais destinados ao microplanejamento e comunicação regionalizada para reforçar a adesão às campanhas.

Apesar dos avanços, ainda há desafios para que todas as metas de vacinação sejam atingidas. Atualmente, o Ministério da Saúde oferece mais de 40 tipos de imunobiológicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e o Calendário Nacional de Vacinação contempla 20 vacinas, beneficiando crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas.