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Maguila disse que doaria seu cérebro para a ciência; saiba como o órgão pode ser utilizado

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Após a doação, o cérebro passa por um processo de conservação e é analisado em microscópios - Foto: Reprodução/Instagram.

O ex-boxeador Adilson Maguila, falecido na última quinta-feira (24) aos 66 anos, expressou em 2018 o desejo de doar seu cérebro após a morte.

Considerado o maior peso-pesado da história do boxe brasileiro, Maguila enfrentava uma doença degenerativa, progressiva e irreversível: a encefalopatia traumática crônica. Essa condição era conhecida até os anos 1990 como “demência pugilística.”

Maguila explicou em entrevista à TV Globo que destinaria sua doação a estudos e pesquisas sobre a doença que o acometia. Ele afirmou que não tinha pressa em realizar a doação, pois almejava viver até os 100 anos.

A expectativa era que a Universidade de São Paulo (USP) analisasse seu cérebro, onde uma equipe investigaria os efeitos de impactos repetidos na cabeça em esportes como futebol, boxe e rúgbi. Esse estudo é considerado crucial para o desenvolvimento de medidas de prevenção.

A iniciativa de Maguila se assemelha à do ex-zagueiro Bellini, campeão mundial de 1958, que também padecia da mesma condição e desejava contribuir para a pesquisa da encefalopatia traumática crônica.

Por fim, Bellini foi um dos aproximadamente 5.000 doadores que ajudaram a compor o segundo maior acervo mundial de cérebros na USP.

Funcionamento do “Banco de Cérebros” da USP

A coleção de cérebros da USP, iniciada em 2005, cresceu rapidamente e agora abriga o maior centro de autópsias do mundo, o Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), que emite atestados para falecimentos naturais na metrópole paulista.

Para efetuar a doação, os familiares dos falecidos respondem a questionários sobre a saúde dos pacientes, como histórico de doenças, memória, mobilidade, funcionalidade, transtornos psiquiátricos e a classe social e econômica dos doadores.

Essas informações são fundamentais para classificar os cérebros, com o objetivo de obter uma variedade representativa de cérebros, tanto sadios quanto doentes.

Após a doação, os especialistas conservam o cérebro e o analisam em microscópios. As pesquisas visam compreender o envelhecimento cerebral, a fim de contribuir para estratégias de prevenção e tratamento.

Por fim, a média de idade dos cérebros da FMUSP é de 70 anos, conforme reportagem de 2021.

*Com informações da UOL

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