A recente notícia sobre o falecimento do cantor Agnaldo Rayol após uma queda em sua residência trouxe à tona uma questão relevante: por que quedas em idosos são tão perigosas?
Aos 85 anos, Agnaldo Rayol foi levado ao hospital após cair e bater a cabeça ao tentar ir ao banheiro durante a madrugada. A gravidade do acidente e a rápida piora do seu estado de saúde ressaltam os perigos associados a quedas na terceira idade, um problema comum e frequentemente subestimado.
Quedas em idosos: um problema crescente
Estima-se que um em cada três idosos com mais de 65 anos sofre uma queda ao ano, e, entre aqueles com 80 anos ou mais, a taxa aumenta para 40%.
Segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), aproximadamente 50% dos idosos que residem em instituições de longa permanência vivenciam quedas regularmente.
Esse quadro se agrava quando o idoso, como no caso de Agnaldo Rayol, possui ossos e músculos naturalmente enfraquecidos pela idade. Além da perda de equilíbrio, o avanço da idade gera perda de controle neurossensorial, o que afeta o equilíbrio e aumenta a chance de quedas.
Esse enfraquecimento muscular, somado a alterações neurológicas, perda da qualidade da visão e audição, e efeitos colaterais de medicamentos, torna o idoso mais vulnerável a acidentes domésticos.
Por que as quedas são mais graves na terceira idade?
As quedas se tornam mais perigosas em idosos devido à fragilidade dos ossos, à perda de massa muscular e à recuperação mais lenta. Em idosos, fraturas em regiões como o fêmur e traumatismos cranioencefálicos, como ocorreu com Agnaldo Rayol, estão entre as lesões mais graves.
Fraturas no fêmur, por exemplo, podem acarretar complicações como trombose e embolia pulmonar, além de limitar a mobilidade, o que prejudica a saúde mental e física do idoso.
Para muitos idosos, o trauma físico é seguido pelo psicológico: após uma queda, o medo de cair novamente é comum e pode levar ao isolamento social, limitando ainda mais sua mobilidade e qualidade de vida.
Esse medo, se não tratado, pode fazer com que o idoso evite atividades diárias, enfraquecendo ainda mais a musculatura e ampliando o risco de novas quedas.
Como prevenir quedas em idosos?
Embora o risco de quedas aumente com a idade, existem medidas de prevenção para minimizar os riscos e promover um ambiente seguro. Após o trágico acidente de Agnaldo Rayol, é importante lembrar que, com algumas mudanças no ambiente e na rotina, muitas quedas podem ser evitadas.
Confira abaixo algumas dicas para prevenir quedas na terceira idade:
- Adaptação do ambiente doméstico: Remover tapetes soltos, instalar barras de apoio no banheiro, colocar tapetes antiderrapantes e evitar pisos encerados são medidas simples, mas eficazes.
- Exames de visão regulares: Problemas de visão são comuns entre os idosos e podem ser facilmente corrigidos com exames periódicos e o uso de óculos.
- Fortalecimento muscular e equilíbrio: Exercícios como musculação, pilates e atividades na água ajudam a fortalecer a musculatura e a melhorar o equilíbrio. O acompanhamento por um fisioterapeuta é indicado para maximizar os benefícios e evitar lesões.
- Calçados adequados: Usar sapatos fechados com solado de borracha é uma medida importante para evitar escorregões e proporcionar mais estabilidade ao caminhar.
- Iluminação adequada: Deixar uma luz acesa à noite ajuda na orientação do idoso caso precise se levantar, evitando quedas no escuro.
A importância da saúde óssea
Com a idade, o acompanhamento da saúde óssea se torna essencial, uma vez que ossos frágeis podem levar a fraturas graves em quedas simples. Mulheres, por exemplo, são mais propensas a desenvolver osteoporose devido à queda nos níveis de estrógeno após a menopausa.
Já os homens, embora apresentem uma menor taxa de osteoporose, podem sofrer consequências mais graves quando fraturam um osso. Para o cantor Agnaldo Rayol, que enfrentava o processo natural de envelhecimento, uma queda no meio da noite teve consequências fatais.