A atriz e modelo cubana Lisandra Silva compartilhou nas redes sociais que precisou ser internada com urgência após usar o medicamento Ozempic.
Originalmente indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, o medicamento tem se popularizado como método para emagrecimento, resultando em um aumento considerável de seu uso para fins estéticos.
Lisandra afirmou que decidiu utilizar o Ozempic após recomendação médica, mas a experiência foi negativa. “Você sabe quem me recomendou: um médico. Apliquei uma vez para experimentar, já que falaram tanto sobre isso, e acabei no hospital”, relatou.
A atriz contou que sofreu uma queda brusca de açúcar e, ao sentir que estava prestes a desmaiar, foi levada ao hospital em cadeira de rodas.
“Meu açúcar caiu tanto que eu precisei ligar para o pai das crianças, enquanto meus filhos estavam dormindo ao meu lado. Graças a Deus não aconteceu nada, mas senti que estava morrendo”, disse.
Após o susto, Lisandra decidiu adotar um estilo de vida saudável e abandonou o uso do medicamento.
“Meu Ozempic: dieta ayurveda, meditação, exercício na natureza! Disciplina, determinação, resistência mental e metas claras! Saúde da mente, do corpo e do coração! Por favor, ouça meu conselho! Não há nada como um estilo de vida saudável! Não invente”, finalizou.
Médicos alertam para o uso do Ozempic para emagrecimento
Em nota conjunta, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) destacaram, no ano passado, que a obesidade é uma doença crônica, complexa, de difícil tratamento e que exige acompanhamento médico.
As entidades enfatizaram que os médicos não devem prescrever medicamentos, como o Ozempic, sem monitoramento adequado.
O Ozempic, com semaglutida como princípio ativo, indica-se para o tratamento de diabetes tipo 2 não controlado em adultos, quando combinado à dieta e aos exercícios.
A Novo Nordisk, fabricante do medicamento, reforça a importância do uso responsável, de acordo com as orientações médicas. Confira a nota:
“Medicamentos para obesidade aprovados pela Anvisa têm sua eficácia e segurança demonstradas e não devem ser condenados, mas sim selecionados individualmente dentro de uma consulta médica e serem vendidos unicamente sob prescrição médica. É função do médico prescritor acompanhar o paciente e reavaliar periodicamente sua eficácia, tolerabilidade e segurança. O mau uso, uso estético ou inadequado de medicações antiobesidade, além de expor pessoas a risco sem indicação de uso, aumenta o estigma do tratamento de quem já sofre com diversos preconceitos em nossa sociedade. Matérias que pioram esse estigma podem levar pessoas a abandonarem tratamentos bem-sucedidos ou evitar buscar ajuda médica. Como adendo, lembramos que a ABESO e SBEM buscam melhorar o acesso a tratamentos da obesidade para a população geral, seja trabalhando para reduzir o preconceito com terapias para obesidade (medicamentosas ou não), como por buscar, junto ao poder público, que tenhamos opções terapêuticas acessíveis a maior parte da população, ou disponibilizadas pelo SUS, o que ainda não é uma realidade”, afirmaram as entidades.