O ex-bombeiro Simon English, de 55 anos, enfrentou uma batalha pela vida em abril deste ano, após contrair uma infecção rara e grave causada por uma bactéria conhecida como “comedora de carne”.

A condição, chamada de fasciíte necrosante, levou Simon a ser hospitalizado e submetido a um intenso tratamento para evitar complicações fatais.  

Simon começou a sentir os primeiros sinais da infecção em 26 de março. Inicialmente, os sintomas pareciam os de uma gripe comum, incluindo febre e indisposição leve.

No entanto, o estado de saúde dele deteriorou rapidamente, evoluindo para um quadro de mal-estar generalizado e dores intensas.  

Após dar entrada no hospital, os médicos confirmaram o diagnóstico de fasciíte necrosante, uma infecção bacteriana rara que destrói rapidamente os tecidos abaixo da pele.

“Ficou parecendo que um tubarão tinha mordido a minha bunda. Hoje em dia minha ferida está totalmente curada e estou me adaptando para voltar à vida normal”, descreveu em entrevista.

Simon English. – Foto: Reprodução/Vídeo

O ex-bombeiro sofreu uma lesão superficial na região glútea que, não sendo prontamente atendida, evoluiu para uma infecção grave. A condição exigiu intervenções cirúrgicas sucessivas, incluindo a remoção da pele e parte da musculatura afetada.

Um transplante de pele foi realizado utilizando tecido da perna esquerda. Além disso, foi necessária uma colostomia para facilitar a recuperação. No entanto, o corpo rejeitou o enxerto, demandando novo procedimento.

O que é fasciíte necrosante?

A fasciíte necrosante é uma infecção severa que ataca tecidos subcutâneos e pode levar à gangrena e à morte se não tratada imediatamente. A condição é frequentemente causada por bactérias como as do gênero Streptococcus, e costuma afetar pessoas com sistema imunológico debilitado.

Mesmo pequenos traumas podem desencadear a infecção, embora em cerca de 20% dos casos não se identifique uma lesão inicial.

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Bactéria comedora de carne. – Foto: Christoph Burgstedt/Science Photo Library

Os primeiros sinais incluem inchaço, vermelhidão e dor desproporcional ao tamanho do ferimento. À medida que a infecção avança, a pele pode apresentar coloração azulada, bolhas com líquido amarelado ou avermelhado, e, por fim, necrose, por isso ela é conhecida como bactéria “comedora de carne“.

Luta pela sobrevivência

Simon passou duas semanas recebendo altas doses de morfina devido às dores intensas, período do qual ele não se lembra completamente. “Só lembro do medo de morrer”, revelou em entrevista.  

O tratamento da fasciíte necrosante inclui intervenção cirúrgica para remoção dos tecidos mortos, conhecida como debridamento, e uso de antibióticos potentes.

Apesar desses cuidados, a taxa de mortalidade para essa infecção permanece alta, reforçando a necessidade de diagnóstico e tratamento rápidos.

Com informações de Einstein, Manual MDS e Brasil Escola.