O Acre tornou-se o primeiro estado da Região Norte a disponibilizar, através do Sistema Único de Saúde (SUS), métodos contraceptivos de longa duração, como o DIU Mirena e o implante subdérmico, para adolescentes entre 14 e 18 anos.

O anúncio foi feito na última quinta-feira (5), durante o lançamento do projeto “Adolescência Primeiro, Gravidez Depois”.

Objetivos e investimentos do projeto

Com um aporte financeiro de R$ 2 milhões, o projeto visa combater a gravidez precoce, além de garantir o acesso à saúde sexual e reprodutiva para jovens dessa faixa etária nos municípios de Jordão, Tarauacá, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Manoel Urbano.

A secretária adjunta de assistência da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), Ana Cristina Moraes, enfatizou a importância da ação.

“É um marco transformador para a saúde pública do Acre e para as adolescentes de nossa região. Investir em métodos contraceptivos de longa duração significa não apenas prevenir a gravidez precoce, mas também oferecer às jovens a oportunidade de estudar, crescer e se desenvolver com autonomia e dignidade. Estamos comprometidos em garantir que essa política alcance todas as adolescentes acreanas que mais precisam”, afirmou.

A introdução desses métodos, recomendados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), marca uma mudança significativa no atendimento às adolescentes.

Benefícios dos métodos contraceptivos

O DIU Mirena e o implante subdérmico, por serem reversíveis e de longa duração, proporcionam maior controle às jovens do Acre sobre seu planejamento reprodutivo.

Para Luciana Freire, coordenadora do Núcleo de Saúde do Adolescente e Jovem da Sesacre, o projeto traz muitos benefícios à população jovem da região.

“Nosso objetivo é ampliar o acesso aos métodos contraceptivos e reorganizar os fluxos assistenciais para facilitar que os adolescentes cheguem às unidades de saúde. Com essas medidas, conseguimos prevenir a mortalidade materno-infantil e otimizar os gastos públicos, além de garantir os direitos sexuais e reprodutivos dos jovens”, explicou.

Importância do projeto para a Região Amazônica

A delegada da Associação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia da Infância e Adolescência (SOGIA), Ida Peréa, ressaltou a importância do projeto para a Amazônia Ocidental:

“Ampliar o acesso a métodos contraceptivos de longa duração é a maneira mais custo-efetiva de reduzir a mortalidade materna e prevenir ciclos de baixa escolaridade. O Acre está mostrando que é possível mudar a história com ações concretas”, destacou.

O projeto “Adolescência Primeiro, Gravidez Depois” integra as ações do governo do Acre para o quadriênio 2024-2027. Além disso, também reforça a atenção primária à saúde e promove iniciativas intersetoriais voltadas para os jovens.

Capacitação dos profissionais de saúde do Acre

Como parte do lançamento do projeto, médicos dos cinco municípios contemplados participaram de um curso teórico-prático sobre o uso do implante subdérmico e abordaram temas como:

  • Características do implante e seu funcionamento;
  • Indicações e contraindicações; e
  • Técnicas de inserção e remoção e cuidados pós-procedimento.

A capacitação tem como objetivo assegurar que os profissionais ofereçam um atendimento seguro e eficaz, consolidando o Acre como um exemplo em saúde reprodutiva para adolescentes no Brasil.